quarta-feira, 21 de julho de 2010

Cuiabá pode exportar produtos pelo Chile

O Porto de Iquique, no Chile, pode se tornar a porta de entrada de produtos brasileiros para os mercados asiáticos. Essa é a proposta de uma rota de exportação e importação que deverá ser viabilizada para produtores de Mato Grosso.
Boa parte da produção chilena é escoada por Iquique
Para isso, na última semana, uma comitiva com dez empresários chilenos que fazem parte do ProChile, um escritório de fomento à exportação de produtos e serviços da Direção Geral de Relações Econômicas Internacionais do Ministério das Relações Exteriores do País, se reuniram com a Facmat (Federação das Associações Comerciais e Empresarias de Mato Grosso).
"Muitos países querem comprar produtos do Brasil, mas devido a falta de logística e às altas taxas alfandegárias acabam não realizando negócios", argumenta Oscar Tapia Estay, sub-gerente da Câmara de Comércio de Indústria, Serviços e Turismo de Iquique.
Jonas Alves de Souza, vice-presidente da Facmat, destaca que a medida daria grande competitividade aos produtos do Estado. "Mato Grosso é um grande exportador de algodão e soja, por exemplo. E hoje escoamos nossa produção por Santos ou Paranaguá. Com a rota, as mercadorias sairiam de Cuiabá, passando por Cáceres, Santa Cruz de La Sierra (Bolívia) até a cidade chilena", detalha.
E prossegue: "isso nos colocaria em posição estratégica no Oceano Pacífico (rota para a Ásia). Se seguir por algum porto brasileiro a mercadoria acaba dando uma volta desnecessária até sair do Atlântico".

Entraves

Entretanto, o executivo destaca que algumas questões ainda impossibilitam a criação da rota. "Mesmo com o objetivo de levar nossos produtos ao Chile por rodovia, os transportadores não têm compartilhado do otimismo com a implantação deste novo eixo de exportação. Além disso, no percurso até Iquique há trechos rodoviários que ainda não são pavimentados, algo que precisa ser solucionado", pontua.
Para Souza, há um fator que ainda será bastante discutido. "Os chilenos querem embarcar nossas mercadorias como se fossem produtos de seu país e isso não é interessante", argumenta.
Caso isso aconteça, "os produtos ingressariam ao Chile com taxas de alfândega a 0%. Depois passariam por um processo produtivo no Chile, cumprindo a Regra de Origem, para que possamos usar o benefício do imposto tributário. Por último, o bem final seria exportado aos países com tratado de livre comércio com o Chile", detalha Estay.
Mesmo com estas questões, Souza garante que a entidade manterá o relacionamento com o país. "Vamos continuar nos reunindo com empresários do Chile para que no futuro possamos estreitar nossos laços comerciais", finaliza.
FONTE: WebTranspo

Nenhum comentário:

Postar um comentário