sábado, 13 de agosto de 2011

Roubo de carga gera R$ 148 milhões de prejuízo em seis meses em SP

O estado de São Paulo registra um prejuízo de R$ 148 milhões em roubo a cargas no primeiro semestre deste ano. São 3.345 ocorrências registradas - mais da metade só na capital. As zonas Leste e Norte são as regiões que concentram o maior número de crimes. É o que mostra levantamento feito pelo Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região (Setcesp) obtido pelo G1.

Dos 1.727 crimes dessa natureza registrados na capital, 549 (ou 31,8%) aconteceram na área Leste e 483 (28%), na Norte.

Houve aumento no prejuízo registrado neste ano em comparação com o mesmo período de 2010, quando foram levados R$ 136 milhões em cargas pelos criminosos. Apesar de a capital ter registrado menos casos de roubo em relação a 2010 (1.808), a Zona Leste teve aumento de 12 casos, o que representa elevação de 2,23% nas queixas (no ano passado foram 537 registros). A região Norte também apresentou aumento, de nove casos (ou 1,9%).

Capital

No bairro de Brasilândia, na Zona Norte, os motoristas relatam medo. Sob a condição de anonimato, um deles contou ao G1 que, ao ser assaltado lá, um dos ladrões lhe deu um conselho. “Eu comentei com ele que haviam roubado meu carro e que ele estava sem seguro. Aí ele me disse: ‘Pô, tio, não pode deixar sem seguro. A sua profissão é entregar, a minha é roubar.’ Eles não têm medo de nada”, disse.

A audácia dos criminosos foi tamanha que a vítima acabou mantida refém numa feira livre. Os ladrões chegaram até a pagar um pastel ao entregador, que ouviu deles que a criminalidade cresceu no município. “Eles disseram que ‘a violência está demais hoje em dia em São Paulo’. Também falaram que ‘a gente rouba mesmo, porque é fácil roubar’”, relatou.

O G1 conversou com outros motoristas que reclamaram da falta de policiamento ostensivo na região Norte. Uma empresa especializada em transporte de cargas informou que seus funcionários foram assaltados 22 vezes durante o trabalho neste ano.

Segundo o gerente de operações de transportes Felipe Cunha, os assaltos se intensificaram neste ano, com o aumento no número de ocorrências a partir de março. De acordo com ele, no início do ano, os criminosos esperavam pelos entregadores já na porta do depósito.

Cunha disse que após uma série de denúncias e reclamações às polícias Civil e Militar houve diminuição no número de assaltos aos veículos no momento em que saíam da empresa. Isso, no entanto, fez com que os assaltantes passassem a atacar os motoristas nos bairros onde eram feitas as entregas. “Eles compram alguma coisa pela internet, passam um cartão clonado e informam um endereço, que às vezes nem existe. Quando o motorista da empresa de entrega chega, eles já estão esperando, sabem que o carro está carregado e roubam”, disse.

“E com essa nova lei, vai ficar pior ainda. Ninguém mais pode ser preso. Se for até um certo valor, o cara, mesmo sendo pego em flagrante, vai ser liberado”, afirmou Cunha, se referindo à nova lei de prisões, que começou a vigorar no Brasil em 4 de julho. A nova medida prevê que quem for preso em flagrante por crimes que resultem, em caso de condenação, em até quatro anos de reclusão, poderá ser beneficiado para responder o inquérito e o processo em liberdade mediante o pagamento de fiança estipulada pela autoridade policial.

Tempo perdido

Apesar de não terem objetos pessoais roubados, os motoristas disseram que, no final, acabam sendo prejudicados pelos assaltos. “Quando a gente vai para a delegacia, acaba ficando o dia todo lá. Demora muito para fazer o BO [boletim de ocorrência] e acabamos perdendo o dia. Além disso, a gente acaba ficando mais um, dois dias sem carregar”, disse um deles. “Nós recebemos por entrega. Se não entregamos, não recebemos."

Outro problema enfrentado pelos entregadores é a desconfiança. Os motoristas acabam sendo sempre os primeiros suspeitos. Segundo o gerente Felipe Cunha, tanto na polícia quanto na transportadora os entregadores são questionados como se tivessem participação nos crimes. “A seguradora sempre desconfia deles. E quando um motorista registra cinco ocorrências, eles não renovam o contrato. No começo deste ano, perdemos um por causa disso.”

O roubo de cargas não é exclusividade da região da Brasilândia. Em Pirituba, na Zona Oeste, e São Mateus, na Zona Leste, os profissionais também enfrentam o problema. Segundo o gerente, existem alguns pontos críticos na cidade. “Nós não entregamos na Zona Sul, por exemplo, mas na região do Capão Redondo e do Grajaú sempre acontecem esses assaltos.”

Os profissionais disseram conhecer as áreas de maior risco e saber de cor os nomes. Eles enumeraram uma série de ruas e avenidas pelas quais é impossível passar sem temer ser abordado. De acordo com a PM, as vias identificadas como as mais perigosas são: Avenida Raimundo Pereira de Magalhães, Avenida Deputado Cantídio Sampaio e Avenida Elísio Teixeira Leite. Todas elas passam pela Brasilândia e pela Parada de Taipas, outro bairro com incidência de assaltos.

Profissionais dos Correios também sofrem com o tipo de ação dos criminosos. Em nota, a empresa informou que adota a escolta armada em algumas atividades externas. A medida, assim como na empresa de entregas, tem como objetivo garantir a segurança dos profissionais.

Polícia Militar

De acordo com a Polícia Militar, o trabalho de policiamento ostensivo para inibir o roubo de cargas segue sendo feito em toda a capital, com os suspeitos sendo encaminhados para as delegacias.

Segundo o o tenente Jonas Paro Barreto, da Polícia Militar, alguns bairros da Zona Norte apresentam altos índices de roubos de carga. No entanto, ele afirmou que o número de ocorrências tem diminuído neste ano em relação a 2010. “A redução não é muito grande, mas já estamos combatendo. No segundo trimestre de 2011, tivemos uma redução de 21 roubos para 15 em nossa região”, disse Barreto.

A PM tem feito operações semanais em algumas vias consideradas de maior risco, segundo o tenente. “Desde o começo do ano, segundo estudos feitos pela polícia, intensificamos os trabalhos de repressão em algumas vias onde acontecem mais assaltos. Abordamos pedestres e motociclistas suspeitos, já que geralmente as abordagens acontecem desta maneira.”

Segundo o coronel Paulo Roberto de Souza, oficial reformado do Exército e assessor de segurança do Setcesp, os dados do sindicato foram tabulados com base nos números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública e na divisão geográfica estabelecida pela Prefeitura de São Paulo. Por isso, existem diferenças nos números quando comparados no que diz respeito às zonas da cidade.

Pró-carga

Para combater este tipo de crime, a Secretaria da Segurança Pública reativou em 2009 o Pró-carga, um programa de prevenção e redução de furtos, roubos e apropriação indébita de receptação de cargas. Coordenado pelo delegado Waldomiro Milanesi, um grupo de representantes dos órgãos de segurança do estado, como as polícias Civil, Militar e Técnico-científica, se reúne com representantes da sociedade civil para elaborar ações preventivas.

"Nós nos reunimos mensalmente e deliberamos algumas ações necessárias nos planos administrativo e operacional. Por exemplo, recentemente, tendo em vista as ocorrências de aumento de roubo de veículo de transporte na Marginal Tietê, foi feito um planejamento junto ao comando de policiamento da capital, onde disponibilizou várias operações na extensão de toda esta via como também na Marginal Pinheiros, para evitar não só o roubo de cargas como também o de veículos de transporte de cargas", disse Milanesi.

A maior dificuldade no combate a este tipo de crime é justamente identificar os receptadores das cargas roubadas. "Infelizmente, a existência do receptador acaba sendo a motivação do surgimento de quem rouba. Nós do Pró-carga estamos chamando os representantes das indústrias, porque muitos materiais produzidos ou não possuem identificação para que eventualmente a gente possa ir atrás da sua numeração de série. Foi sugerido, inclusive, que a indústria coloque isso em um site para que o próprio cidadão, ao comprar um produto, possa ele verificar se não existe uma queixa de roubo ou furto para aquele produto. A partir daí, podemos chegar no receptador, que pode ser até um grande comerciante", afirmou.

Com base no trabalho de planejamento realizado pelo grupo, ao menos duas quadrilhas suspeitas de roubo de carga que utilizavam armamento pesado em suas ações foram desbaratadas neste ano, segundo o delegado.
FONTE: G1 - SP

Empresa de Maringá fabrica bitrem-vanderleia

A empresa Molas Germani, de Maringá (PR), acaba de concluir seu primeiro bitrem-vanderleia. Trata-se de uma Combinação de Veículos de Carga (CVC) formada por um cavalo três eixos mais duas carretas com dois eixos distanciados cada, num comprimento total de 19,80 metros. Com isso, teoricamente, o veículo pode ter um peso bruto total combinado (PBTC) de 63 toneladas, seis tonelada a mais que o bitrem convencional, cujo PBTC é de 57 toneladas.

“Nossa expectativa é grande. Não conheço ninguém que tenha fabricado uma composição desta. A legislação permite que ela rode sem necessidade de AET (Autorização Especial de Trânsito)”, afirma Guilherme Novakowski, diretor comercial da Germani. Segundo ele, no entanto, é preciso testar o equipamento para ver como será sua performance. Uma das principais preocupações é com o arraste, sempre maior nos eixos distanciados. “Acredito que o arraste não será maior que o da vanderleia”, afirma. As carretas têm eixos convencionais. “Por serem apenas dois eixos, acho que não tem necessidade de eixo direcional. Mas ainda estamos em fase de teste. Se for o caso, a gente coloca o direcional”, explica.

O diretor informa que a estimativa de custo para a transformação de um bitrem com eixos em tandem para eixos distanciados é de R$ 15 mil.

Cautela

O engenheiro mecânico Rubem Melo, da Transtech (especializada em inspeção veicular), de Curitiba, afirma que o bitrem-vanderleia deve ser encarado com cautela. Ele diz que já viu configurações do tipo rodando pelas estradas, mas que elas não estão previstas na portaria 63/09 do Denatran, que homologa os veículos e as combinações de veículos de transporte de carga e de passageiros.

“Eu particularmente não gosto dos eixos distanciados porque têm um desgaste maior de pneus. Mas é preciso testar esse modelo. O correto é que o fabricante peça ao Contran sua autorização”, aconselha. O engenheiro ressalta também que, mesmo que já estivesse homologada, a combinação precisaria de AET, já que ultrapassa o PBTC de 57 toneladas.

A próxima edição da Revista Carga Pesada, que circula no início de setembro, vai trazer uma reportagem especial sobre as alterações no mercado de implementos motivadas pela exigência de cavalo 6×4 para tracionarem bitrens, que entrou em vigor neste ano.

Por Nelson Bortolin da Revista Carga Pesada
FONTE: Revista Carga Pesada

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Rodobens cresce com terceirização de frotas

Terceirizar a frota de veículos é um bom negócio? Para a Rodobens Leasing e Locação a resposta é sim, com economia de 20%. "Além disso, as empresas podem se concentrar em seus próprios negócios", garante o diretor geral, Renato Vaz, que oferece quatro mil veículos para essa atividade, incluindo gestão completa. Os pacotes podem incluir apenas aluguel ou leasing operacional ou incluir licenciamento, IPVA, seguro, manutenção, veículo reserva, gestão de multas.

O executivo afirma que a Rodobens é a única empresa no País a operar com o leasing operacional para caminhões pesados. A frota, formada por 60% de caminhões e utilitários e 40% de veículos leves, cresceu em 1,1 mil unidades nos últimos 12 meses. "Queremos dobrar o volume de negócios gerados em 2011", enfatiza Vaz. A TAM Linhas Aéreas, um dos clientes, renovou recentemente o contrato com a empresa, que passou de 65 para 117 unidades.

Dados da Abla – Associação Brasileira de Locadoras de Automóveis indicam que o setor faturou R$ 5,11 bilhões no ano passado, com crescimento de 17% na comparação com 2009, atendendo pessoas físicas e empresas. O aumento da frota no período foi de 14%, chegando a 414 mil carros, com idade média de 15 meses. O segmento absorveu 9,4% nas vendas dos fabricantes de veículos em 2010.
FONTE: Automotive Business

Tráfego de pesados deve crescer 4%

Um estudo realizado pela Tendências Consultoria revelou que o fluxo de veículos pesados deve ascender 4% no ano que vem. De acordo com a empresa, as projeções consideram o impacto direto do bom desempenho da atividade econômica industrial e agrícola sobre a movimentação de produtos e mercadoria.
A perspectiva de melhora da atividade econômica interna deve manter o crescimento do fluxo de veículos pesados em rodovias pedagiadas. A projeção da Tendências se delineou sobre o índice produzido pela ABCR (Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias). Para 2011, a estimativa de alta foi de 4,3% para 5,7%.
O indicador contempla tanto a circulação de ônibus quanto a de caminhões, sendo mais relevante a participação dos últimos. Como reflexo, o fluxo de veículos pesados nas rodovias indica alta aderência ao licenciamento de caminhões. A análise para 2012 indica ainda um aumento de 4% para a produção industrial, e as vendas no varejo devem crescer até 5,7%.

Produção de caminhões em 2011 sobe 12% (Fonte: Transporta Brasil)

Na semana em que o governo federal aprovou a prorrogação da isenção do Imposto sobe Produtos Industrializados (IPI), a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) informou que a produção de caminhões no Brasil entre janeiro e julho deste ano continua em alta. Dessavez, o indicador foi mais moderado que nos últimos dois meses e alcançou 11,9% em comparação ao mesmo período do ano passado.
Nas categorias de caminhões das associadas à entidade o maior crescimento foi verificado entre os leves, alta de 20,5%. Em seguida a maior produção foi de veículos semipesados, 19,3%, logo depois os semileves com crescimento de 10,5%. Na categoria pesados, a alta não foi tão expressiva, apenas 3,3%. Contudo, houve uma queda, de 1,7% para a produção de caminhões médios. Ao total, foram colocadas 118.794 unidades novas no mercado brasileiro contra pouco mais de 106 mil nos seis primeiros meses de 2010.
Desse total, 82,5% chegaram efetivamente às estradas brasileiras, conforme os dados da Anfavea. A liderança do mercado em termos de unidades vendidas no ano continua com a MAN Latin America, responsável pela marca Volkswagen, com 29.648 unidades. Em segundo lugar vem a Mercedes-Benz com 24.398 veículos. A terceira maior montadora de caminhões no Brasil, com pouco mais de 17 mil unidades vendidas, é a Ford. Em quarto lugar está a Volvo (10.558 unidades), em quinto aparece a Iveco (8.152 unidades), em sexto a Scania (7.637), a Agrale (448) e a International (191).
No geral, os licenciamentos em 2011 subiram 15%, todas as categorias de caminhões cresceram. Assim como nos números da produção, os semipesados lideraram o crescimento com 26,6%. As vendas de pesados subiram 8,1% e a menor alta ficou com os médios, 1,1%. Em termos de crescimento percentual sobre as vendas do ano passado a Iveco está à frente com alta de 40,5%, seguida pela Volvo com 26% e a MAN com 22,7%. A Scania recuou 10,5% em comparação com os resultados do ano passado.

Ônibus e automóveis

Na categoria para transporte de passageiros (incluindo chassis), as vendas consolidadas do semestre também avançaram, 21,4% com quase 19 mil unidades. As líderes de mercado continuaram sendo a a Mercedes e a MAN, que dominam quase 80% desse mercado. Novamente, a Iveco apresentou o maior crescimento deste segmento com alta de 216% ao vender 795 unidades contra as 251 do mesmo período do ano anterior.
Já em automóveis, a produção de julho foi de 307,2 mil carros, alta de 5,7%. No consolidado do ano, a alta alcançou 4,3% na comparação entre aos sete meses de 2011 ante 2010. Os licenciamentos, por sua vez, avançaram 8,6% nessa mesma base de comparação.
A Volkswagen, que perdeu a liderança de mercado em junho continua no segundo lugar com 334.761 carros vendidos, esse número representa 22,37% do mercado de automóveis fabricados no país. A Fiat, presidida por Bellini, manteve o primeiro posto em unidades vendidas com 342.309 unidades, que representam 22,87% do mercado. Em terceiro lugar está a GM com 298.209 veículos e em quarto a Ford quase 141 mil unidades novas comercializadas. No total, foram vendidas 1,496 milhão de unidades no ano de 2011.

Emplacamentos

A outra associação do setor automotivo, a Fenabrave, que representa as concessionárias, havia divulgado dois dias antes o seu balanço do mês passado. Somente em caminhões foram comercializadas 15.533 unidades em julho, contra as 14.769 no mês anterior. Essa evolução representa uma alta de 5,17%. Comparando o acumulado de janeiro a julho de 2011 (quando foram negociados 98.356 veículos) com o mesmo período de 2010 (85.446 unidades), o segmento apresentou evolução de 15,11%, portanto, em linha com o aumento dos licenciamentos informados pela Anfavea.
No segmento de ônibus, as vendas evoluíram 3,81% de junho para julho, passando de 2.628 unidades para 2.728 no período. Na comparação entre os acumulados de 2011 e 2010, o setor cresceu 21,69%, saltando de 15.695 unidades em 2010 para 19.099 de janeiro a julho de 2011.
No geral, segundo a Fenabrave, os emplacamentos do setor automotivo (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus, motos, implementos rodoviários e outros veículos como carretinhas de transporte de jet sky, motos, etc. ) apresentaram estabilidade de junho para julho. Foram negociadas 483.651 unidades em julho, ante 482.849 unidades em junho, num pequeno acréscimo de 0,17%. Já comparando o acumulado de janeiro a julho de 2011 com o mesmo período de 2010, o volume de veículos saltou de 2.962.877 unidades para 3.232.929, numa alta de 9,11%.
FONTE: Webtranspo - SP