sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

ANP obriga postos a trocarem nome álcool por etanol

Os postos de combustíveis do País terão de exibir o nome etanol, em vez de álcool, em todas as bombas, painéis e quaisquer peças visuais referentes ao combustível em até 270 dias (nove meses). A obrigatoriedade consta na resolução número 39 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), publicada hoje no Diário Oficial da União, e assinada pelo diretor-geral do órgão, Haroldo Lima. A medida vale para o etanol hidratado, utilizado no abastecimento dos veículos flex ou nos movidos exclusivamente pelo combustível, diferentemente do etanol anidro, que é misturado em 25% à gasolina e não é vendido em bombas.
O texto publicado hoje altera o parágrafo terceiro do artigo 10 da portaria 116, de 5 de julho de 2000, da ANP, que passa a vigorar com a seguinte redação: "Os revendedores varejistas de combustíveis que comercializarem álcool etílico hidratado combustível ou etanol hidratado combustível deverão exibir na bomba abastecedora de combustível, no painel de preços, e nas demais manifestações visuais, se houver, a denominação ''Etanol'', devendo, entretanto, ser mantida a nomenclatura de álcool etílico hidratado combustível ou etanol hidratado combustível na documentação fiscal".
A resolução altera ainda o artigo 13 da resolução número 36, de 6 de dezembro de 2005, da ANP, que determinava sobre a coloração do etanol anidro em tom laranja, para diferenciá-lo do hidratado, incolor e assim evitar a fraude chamada de "álcool molhado". Na prática, água era adicionada ao anidro, sobre o qual não incide o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), que era comercializado como hidratado, cuja alíquota mínima é de 12%.
Segundo a nova redação "fica estabelecida a obrigatoriedade dos revendedores varejistas de combustíveis automotivos fixarem nas bombas de Álcool Etílico Hidratado Combustível (AEHC), para perfeita visualização do consumidor, adesivo com logotipo da ANP com os seguintes dizeres em letras vermelhas (fonte Arial tamanho 42) em fundo branco: "Consumidor, este etanol combustível somente poderá ser comercializado se estiver límpido e incolor. Denúncias: 0800-900-267".
A iniciativa de alterar para etanol o nome nas bombas atende um pedido antigo dos usineiros, levado à ANP pela União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica). A entidade, que representa usinas e destilarias do Centro-Sul do País, alegou que o nome álcool nas bombas era relacionado com o álcool consumido em bebidas alcoólicas.
Fonte: Canaldotransporte

O verão e o caos logístico em São Paulo

O aumento das chuvas eleva, na mesma proporção, o caos do trânsito da mais importante metrópole do País e, consequentemente, onde está o maior mercado. As empresas de logística e transporte de cargas, que têm de lidar diretamente com este problema para atender as mais diversas atividades industriais, se veem obrigadas a lidar com transtornos de infraestrutura que não deveriam mais estar em suas pautas há muitos anos. Neste sentido, do ponto de vista dos prejuízos, o caos do trânsito e a falta de infraestrutura adequada em pontos estratégicos do município da maior capital do País atingem empresários de todos os níveis e setores, desde os pequenos, que não conseguem conservar seus produtos em decorrência de atrasos e de inundações em seus estabelecimentos, até as maiores indústrias, que não encontram formas para escoar seus produtos sem enfrentar o tráfego caótico.
Em meio ao caos tradicional de todos os verões, o Rodoanel é sempre citado pelas autoridades como exemplo de investimento na área de infraestrutura de transportes. Contudo, enquanto o mercado não dispor de infraestrutura básica, esta via perde sua importância à medida que os veículos não conseguem acessá-la. Neste sentido, enquanto os empresários de todos os segmentos lutam por melhorias para sustentar o crescimento de seus negócios, como boas estradas, ferrovias, portos e aeroportos bem equipados, fornecimento constante de energia, diminuição das burocracias etc., os itens básicos têm passado despercebidos. Ou seja, no caso do trânsito de São Paulo, sem infraestrutura básica, não há como acessar as economia obter benefícios do Rodoanel ou de qualquer outro anel viário construído na região metropolitana.
Ao mesmo tempo em que muitos empresários íntegros apelam para o governo não reduzir os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e manter o estímulo à economia e à manutenção dos empregos dos cidadãos, as companhias de diversos setores são penalizadas com atrasos e prejuízos muitas vezes irreparáveis. Nos dias em que as chuvas “castigam” a cidade de São Paulo, os caminhões que têm de passar pela cidade atrasam, em média, de nove a 13 horas apenas com o trajeto obrigatório pelas ruas e avenidas do município.
Qual o custo de manter um caminhão parado por uma hora no trânsito de São Paulo? Em grande escala, com imensos engarrafamentos diários, qual impacto deste prejuízo para o custo Brasil? Estes são pontos a serem observados com muita cautela, principalmente nos meses em que nos encontramos, pois, já não bastasse a crise econômica, somos obrigados a pagar pela “crise da natureza” e, assim, não há planejamento que seja realmente eficaz. Até mesmo medidas como a adoção de sistemas Just in time, janelas de atendimento, entre outras, passam a ser imprevisíveis.
Vale frisar ainda que, em tempos de crise, quando diversas indústrias registram queda de produção em decorrência de fatores econômicos, as companhias deixam de ter margens para trabalhar com prejuízos causados pela falta de atenção do Estado à infraestrutura básica. É fato que os problemas causados pelas chuvas em São Paulo, bem como o caos urbano no qual se transformou o trânsito, podem ser resolvidos ou minimizados por meio de investimentos em obras adequadas para estimular o desenvolvimento econômico e social de todos os níveis da sociedade. O problema é que, enquanto o caos se intensifica, os argumentos dos governos para “justificá-lo” se mantêm os mesmos, sempre direcionadas aos fenômenos climáticos.
Fonte: Canaldotransporte