sexta-feira, 11 de novembro de 2011

ALL começa o transporte de biodiesel

Maior operadora logística com base ferroviária da América Latina, a ALL (Bovespa: ALLL3) inicia sua primeira operação de biodiesel este mês, oferecendo uma opção de logística confiável e competitiva e entrando em um mercado promissor. O transporte desse combustível será, inicialmente na rota de Esteio, no Rio Grande do Sul, para Araucária, no Paraná, e posteriormente entre o Mato Grosso e São Paulo.

Para Luis Gustavo Vitti, da Gerência de Líquidos da ALL, esse segmento tem um mercado potencial grande para a ALL e para o país. Apenas entre RS e PR, o mercado potencial é de 25 milhões de litros por mês. Já no Mato Grosso, a produção anual é de cerca de 600 milhões de litros de B100, produto 100% biodiesel. Isto soma um mercado captável de 1,4 bilhão de litros, podendo a chegar a 2 bilhões de litros em 2013 no entorno da ferrovia. “Se levarmos em conta a previsão da mudança de regulamentação que deve aumentar a porcentagem de biodiesel na mistura do diesel comercializado, dos atuais 5% para 10% em 2014, esse mercado ainda irá dobrar”, afirma.

A ALL passa a atuar nesse segmento com as principais empresas do segmento que estão investindo em terminais e tanques de recebimento do biodiesel. No fim de julho tiveram início os carregamentos de Esteio para Araucária, enquanto em Passo Fundo o a previsão de início é para o primeiro trimestre 2012. Já na Malha Norte, a carga oriunda do Mato Grosso para Paulínia (SP), passará a ser transportada por ferrovia quando a infraestrutura de recebimento da cidade de destino estiver em operação.

“Nossa avaliação é que o mercado do biodiesel deve apresentar um desenvolvimento semelhante ao etanol, que começamos a transportar em 2007 e hoje já responde por 30% da carga de combustível movimentado pela ALL”, estima.
FONTE: Revista Água e Efluentes

Expansão de farmacêuticas abre mercado para logística

O vencimento de patentes de medicamentos nos últimos anos, e a consequente queda de preços nesse mercado, deixou o consumo do setor em efervescência. Atentas à maior demanda, também influenciada pelo alto poder aquisitivo da população, companhias de logística têm procurado pegar carona na expansão do setor.

Para mapear as oportunidades, a operadora logística de origem alemã DHL fez uma pesquisa sobre o assunto em quatro países - Estados Unidos, Canadá, México e Brasil. Em todos eles, a companhia identifica boas perspectivas para a terceirização no setor. Os medicamentos são um mercado prioritário para a companhia atualmente. Com 16% de participação no faturamento global, o segmento só fica atrás de varejo, que representa 27% das receitas; e de consumo (20%).

No Brasil, segundo o estudo da companhia, as oportunidades se multiplicam devido ao "complexo" ambiente regulatório. Segundo o estudo da DHL, o sistema brasileiro torna mais interessante aos fabricantes entregarem os produtos diretamente a varejistas, sem passar por atacadistas e distribuidores - graças ao corte de custos.

"Em geral, terceirizar a logística baixa os custos porque a empresa passa a responsabilidade de gestão e transporte de estoques para companhias especializadas no assunto, que conseguem otimizar a operação", diz Rogério Mansur, diretor de operações da DHL Supply Chain no Brasil. A empresa tem como objetivo um crescimento orgânico entre 5% e 8% ao ano nos próximos anos nesse mercado.

Ao lado da gigante DHL, com € 51 bilhões de faturamento em todo o mundo, companhias menores também buscam um posicionamento mais forte no setor. É o caso da Atlas, que registrou R$ 386 milhões de receita líquida no ano passado. "É um mercado com tendência de crescimento inegável. Quem não estudou o mercado já começa a estudar", diz Lauro Felipe Megale, diretor de planejamento da empresa.

Hoje, 25% a 30% do faturamento total da Atlas é oriundo do setor farmacêutico - que é a área que mais gera receitas para a companhia. O objetivo é que o faturamento do setor cresça cerca de 20% neste ano.

Para Nelson Mussolini, vice-presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos no Estado de São Paulo (Sindusfarma), a dificuldade da operação logística de medicamentos é um incentivo à terceirização. Segundo ele, em muitos casos a carga é delicada e precisa ser entregue com rapidez, além de exigir particularidades como temperatura baixa dos medicamentos. Em geral, os estoques das fabricantes são geridos pela própria empresa ou por uma operadora logística especializadas. Depois disso, seguem para transporte terceirizado. A carga é destinada direto para as grandes redes ou para as distribuidoras, que geralmente costumam entregar a carga às farmácias independentes.

Às tradicionais dificuldades para a operação logística de medicamentos se soma uma mais recente: o crescimento do consumo na região Nordeste. Como atualmente a maior parte dos fabricantes está em São Paulo e no restante da região Sudeste, a maior complexidade do transporte torna ainda mais atrativa a terceirização. "As operações não são o negócio principal da companhia. É mais lógico que a empresa terceirize o serviço para alguém especializado", diz Mussolini.

Segundo a Associação Brasileira do Atacado Farmacêutico (Abafarma), o Nordeste ocupa hoje o segundo lugar no total de medicamentos distribuídos, com participação de 17,3%. As associações do setor não possuem dados sobre a participação da terceirização na cadeia logística de medicamentos. Nos EUA, seis dos 10 maiores fabricantes já repassaram a logística a companhias especializadas, segundo o estudo da DHL.
FONTE: Valor Econômico - SP

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

IPVA de carro usado cairá até 10% em 2012

Os donos de carros usados pagarão menos IPVA (Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores) para licenciar seus veículos no próximo ano. A redução nominal no valor do imposto será de até 10% para a maioria dos veículos de passeio -em termos reais, ou seja, descontada a inflação, a queda será maior (ver texto ao lado).

Entretanto, ela não deve ser motivo de comemoração pelos contribuintes. É que, como o tributo é cobrado sobre o valor dos veículos no mercado, o patrimônio das pessoas está valendo menos.

Em termos financeiros, seria mais vantajoso pagar mais sobre um bem que também valesse mais. Segundo pesquisa de preços no mercado de veículos usados feita pela agência AutoInforme/Molicar, todos os veículos fabricados de 2006 em diante terão queda no valor do imposto.

As quedas são maiores quanto mais novos forem os carros. Assim, os veículos fabricados em 2010 terão quedas nominais entre 5% e 10% (ver quadro à direita).

A pesquisa AutoInforme/Molicar não abrange os veículos novos vendidos neste ano. Nesse caso, a desvalorização tende a ser mais acentuada, uma vez que é comum os veículos terem maior perda de valor exatamente no primeiro ano de uso.

A partir do segundo ano de uso os veículos continuam sendo depreciados, mas em percentual menor. Para os fabricados em 2006 a pesquisa constatou quedas entre 0,6% e 5,6% -a exceção foram os da marca Citroën, que caíram 9,8%, em média.

Tabela paulista - Nos próximos dias a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo divulgará a tabela com os valores do imposto a ser pago em 2012. A pesquisa de preços para a Fazenda é feita pela Fipe. Para o imposto a ser pago em 2012, a Fipe coletou os preços dos carros em setembro -são pesquisadas publicações especializadas, como o caderno Veículos, da Folha, listas de concessionárias, lojas de usados etc.

Como os preços são pesquisados durante o mês todo, é feita uma média. Sobre ela incide o IPVA, conforme o combustível e a característica do veículo (4% para gasolina e bicombustível; 3% para álcool e gás; 2% para motos).

Neste ano, a queda apurada pela Fazenda paulista foi de 7,2%, em média -para os veículos de passeio, 7%. Em 2010, a queda média foi de 12,2%.

O pagamento do imposto deve começar na segunda semana de janeiro. Quem pagar o tributo à vista terá desconto de 3%, índice que vem sendo aplicado pela Fazenda nos últimos anos.

A Fazenda prevê arrecadar R$ 10,9 bilhões com o IPVA em 2012 -desse valor, metade fica com o Estado e metade com a prefeitura do município em que o veículo é licenciado. No ano passado, a receita total com o imposto foi de R$ 9,76 bilhões.

Com a inflação, queda real será ainda maior - O IPVA do próximo ano será menor em todo o país porque o patrimônio (valor dos bens) dos contribuintes também estará valendo menos. Como as quedas são nominais, em termos reais (após computada a inflação) elas acabam sendo até maiores.

Para o leitor entender esse cálculo: se um carro tem desvalorização de 10%, significa que, em vez de R$ 100, seu proprietário pagará R$ 90. Se a inflação deste ano for de 6%, o IPVA de 2012 deveria ser de R$ 106. Como será de R$ 90, a queda real acaba sendo de 15,1%.
Com o desconto de 3% em São Paulo, será mais vantajoso pagar em janeiro, à vista, do que em fevereiro, sem o desconto. É que os 3% equivalem a juros de 3,09% ao mês, taxa não obtida em aplicações financeiras.
FONTE: Folha de São Paulo - SP

domingo, 6 de novembro de 2011

STF entende que dirigir bêbado é crime, mesmo que o motorista não provoque danos

O motorista que dirige alcoolizado, mesmo sem provocar danos, está cometendo crime. Esse é o entendimento unânime da Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF). Em decisão tomada em 27 de setembro, o STF rejeitou um habeas corpus da Defensoria Pública da União em favor de um motorista do município de Araxá (MG). O crime de dirigir embriagado está previsto no artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro.

O relator, ministro Ricardo Lewandowski, citou precedente da ministra Ellen Gracie, afirmando que não importa o resultado, tratando-se de um crime de perigo abstrato. "É como o porte de armas. Não é preciso que alguém pratique efetivamente um ilícito com emprego da arma.

O simples porte constitui crime de perigo abstrato porque outros bens estão em jogo. O artigo 306 do Código de Trânsito Brasileiro foi uma opção legislativa legítima que tem como objetivo a proteção da segurança da coletividade", destacou.

É como o porte de armas. Não é preciso que alguém pratique efetivamente um ilícito com emprego da arma
O motorista havia sido denunciado por conduzir embriagado, mas acabou absolvido pelo juiz de primeira instância. O Ministério Público de Minas Gerais apelou da decisão ao Tribunal de Justiça do estado, que deu continuidade à ação penal. No STF, a Defensoria Pública pedia o restabelecimento da sentença de primeira instância, alegando que "o Direito Penal deve atuar somente quando houver ofensa a bem jurídico relevante, não sendo cabível a punição de comportamento que se mostre apenas inadequado". O pedido, no entanto, foi negado por unanimidade de votos.

O artigo 306 do CTB determina que as penas para quem conduz veículo com concentração de álcool por litro de sangue igual ou superior a seis são: detenção de seis meses a três anos, multa e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.

O deputado Hugo Leal (PSC-RJ), autor da Lei Seca, comemorou a decisão do STF.

- Fica demonstrada, cada vez mais, a importância da Lei Seca. Essa decisão reforça que estamos no caminho certo - disse o deputado.
FONTE: O Globo - RJ