quinta-feira, 6 de maio de 2010

Novas regras da nota fiscal eletrônica podem prejudicar faturamento das pequenas e médias empresas

Pouca gente tem comentado sobre as repercussões em cadeia que as novas determinações da Receita Federal para o SPED e a Nota Fiscal Eletrônica podem causar, principalmente para as pequenas e médias empresas que não fizeram investimentos necessários para corrigir seus cadastros de clientes e fornecedores. Isso porque as novas regras para emissão de nota fiscal exigem que tais dados estejam impecavelmente atualizados. Caso contrário, não será mais possível a emissão da nota fiscal, já que ela será obrigatoriamente eletrônica e os dados preenchidos para a sua emissão serão checados logos após serem recepcionados pela Sefaz responsável.
Se por qualquer motivo, por exemplo, a empresa não tenha regularizado seu cadastro junto aos órgãos públicos e fizer um pedido a um fornecedor para a compra de matérias primas ou insumos, este fornecedor não conseguirá emitir sua nota fiscal e, consequentemente, ficará impossibilitado de entregar a mercadoria. Com isso, nem a empresa consegue atender seus clientes, nem o fornecedor consegue receber. "Os efeitos decorrentes desta situação vão causar muitos transtornos e uma empresa em situação irregular pode afetar a produção de uma série de outras", explica o especialista Luis Claudio Palese, da CCA Consultores - consultoria especializada na análise e adequação de empresas à nova legislação.
Numa situação inversa, onde o fornecedor esteja com cadastro irregular, pode haver, ainda, a necessidade de uma empresa ter que trocar de fornecedor de uma hora para a outra. "Imagine que uma empresa tenha negociações especiais de preço e condições de pagamento com um fornecedor que está em situação irregular junto à Receita Federal. Como esse empresário vai manter sua política de preços junto a seus consumidores, se tiver que recorrer a um fornecedor desconhecido de uma hora para a outra e não conseguir os mesmos acordos? Com certeza deixará de ser competitivo no mercado em que atua e fatalmente sofrerá prejuízo se não repassar suas perdas na venda final", diz o especialista.
A recomendação de Palese é que as empresas corram atrás do tempo perdido e implantem as soluções fiscais necessárias. "Mas não se deve focar apenas no campo de investimentos financeiros e tecnológicos. A mudança de postura do empresário também deve englobar seus colaboradores. É a oportunidade ideal para agregar o valor ético aos negócios desenvolvidos no Brasil".
FONTE: Divulgação

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Centro-Oeste: custo logístico 30% menor

Uma ligação que poderá reduzir o custo do frete em até 30%, segundo estimativas da Famato (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso). Esta deverá ser a Ferrovia da Integração Centro-Oeste, o novo projeto do Governo Federal para suprir as deficiências logísticas da região central do Brasil – que atualmente possui grande representatividade na produção agrícola brasileira - nos próximos quatro anos.
Essa nova matriz de transporte cria um importante corredor para a exportação de commodities agrícolas pelo Porto de Itaqui, no Maranhão, e estabelece uma nova rota de ligação do Nordeste e Goiás com o Mato Grosso, Rondônia, Acre, Amazonas e Pará.
“O custo para transportar soja ou milho, por exemplo, que hoje é de aproximadamente US$ 120 por tonelada, deverá ser reduzido em 30%”, prevê Tiago Mattosinho, gerente do Departamento Técnico da federação.
A Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Mato Grosso) também prospecta menores custos com o transporte dos produtos na região. “Com a ferrovia, o Estado deixará de perder aproximadamente R$ 1 bilhão por ano que é gasto para escoar a produção de soja e que poderá ficar em Mato Grosso para gerar divisas”, argumenta Glauber Silveira da Silva,
residente da entida.
O executivo destaca que a falta de uma logística adequada exige que, para cada 50 sacas colhidas por hectare, aproximadamente 25 sacas de soja sejam destinadas ao pagamento do frete para escoar uma tonelada do produto.
Para Silval Barbosa, governador do Estado, “essa ferrovia consolida o desenvolvimento e traz perspectivas de crescimento para a região”. Já Maurício Tonhá, prefeito de Água Branca – uma das cidades favorecidas pelo empreendimento – destaca que “a linha não beneficia somente a região, pois fará com que os alimentos cheguem na mesa de todo brasileiro mais barato, por ter condições de transportar com menor custo a produção”.
Segundo Mattosinho, a ferrovia dará impulso à economia local. “Nos últimos dez anos, os altos custos de produção inviabilizaram a agricultura na região. Não transportamos apenas a produção, precisamos trazer até as fazendas itens, como fertilizantes, e este processo onera o plantio. A ferrovia dará um novo fôlego aos produtores”.

Projeto

Segundo informações do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), a nova malha ferroviária deverá contar com 1.602 quilômetros entre Uruaçu, em Goiás, e Vilhena, em Rondônia, cruzando 15 municípios do Estado do Mato Grosso.
De acordo com o órgão, o projeto - incluído na segunda edição do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) -, será a primeira fase de uma iniciativa ainda maior: a Ferrovia Transcontinental (EF-354), que deverá cruzar boa parte do território nacional (Acre, Rondônia, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, Rio de Janeiro) atingindo a fronteira com o Peru.
Conforme anunciado, a nova ferrovia receberá aportes de R$ 6,4 bilhões até o ano de sua conclusão, prevista para 2014. Isoladamente, o trecho entre Uruaçu e Lucas do Rio Verde (MT) – que possuirá 1.004 quilômetros, contará com investimentos de R$ 4,1 bilhões. Já a ligação entre a cidade mato grossense a Vilhena – cuja extensão terá 598 quilômetros – terá R$ 2,3 bilhões.

Análises

De acordo com o Dnit, os estudos preliminares, o EIA/RIMA (Estudo e Relatório de Impacto Ambiental) e o projeto básico da nova ferrovia foram iniciados no ano passado, incluído nas ações do Ministério dos Transportes. A execução do projeto, conforme anunciado, ficará sob a responsabilidade da Valec – Engenharia, Construções e Ferrovias, empresa publica, vinculada à pasta. De acordo com José Francisco das Neves, presidente da organização, as obras devem ser iniciadas no próximo ano.
Fonte:Escrito por Redação Webtranspo: Elizabete Vasconcelos

Gestão do conhecimento ainda é um desafio para as empresas

Peter Druker talvez tenha sido o primeiro expert global a debater a gestão do conhecimento nos moldes como deveria ser e é aplicada atualmente. Em 1998, em artigo publicado em uma edição da Harvard Business Review sobre o tema, o especialista afirmara que o uso da informação de forma estratégica e voltada para inovação pautaria as companhias de sucesso nos próximos 20 anos. Pelo o que se vê, ele não estava errado. Druker previu a redução dos cargos gerenciais, o papel estratégico da TI na transformação e o advento de pessoas capazes de converter dados em informações. As crises - e não me refiro a esta última que ainda está em curso em alguns países - contribuíram muito para esta guinada, já que, depois delas, vieram tratados de governança e transparência.
Mas, embora o conceito de gestão do conhecimento esteja difundido em mercados maduros e nações ricas - fala-se inclusive em uma nova onda, a chamada 2.0 -, quando se avalia a situação de países em desenvolvimento, como o Brasil, o cenário é de que eles estão apenas no início desta empreitada. Muitos dos projetos que se vê, como os próprios especialistas ouvidos por InformationWeek Brasil explicam, tratam apenas da gestão da informação, ou seja, de organizar dados em um grande repositório sem aquela real preocupação em como aplicar este contingente em projetos de inovação, na geração de conteúdo estratégico e até na elaboração de novos produtos.
Como lembra Luiz Rogério Saraiva dos Santos, professor convidado da Fundação Instituto de Administração (FIA) e corporate business entrepreneur da Sábia Experience, que fornece soluções que suportam a gestão, as empresas sofrem com a quantidade de informações que possuem. "Como organizar? Como melhorar o desempenho? Como aumentar a capacidade de inovação? Poucas organizações conseguem fazer de forma organizada. É um tema difícil", alerta.
A tendência para esse segmento é de avanço constante, principalmente se observarmos que, em diversas empresas, o capital intelectual é muito mais valioso que todos os ativos. Google e Apple, apenas para citar algumas, são os exemplos mais famosos. Investir em gestão do conhecimento, entretanto, é custoso, envolve mudança cultural, software, novos processos e depende, em grande parte - ou principalmente - do apoio da alta direção. Talvez por isso tenha demorado a explodir em mercados emergentes. De forma geral, os grandes projetos nesta área são vistos em multinacionais, por toda infraestrutura disponível e pela cultura da matriz. O advento de ferramentas mais baratas com a popularização da web 2.0, entretanto, é um fator que contribuirá para que a gestão do conhecimento invada companhias de todo o porte, como constatou Imed Boughzala, professor-doutor do Institut Telecom, na França, e especialista no assunto.

De quem é o projeto?

"Deixar tangível o valor do conhecimento é a grande questão. Empresários estão interessados e querem fazer. Mas eles querem concretude. A gestão do intangível é um desafio e precisa definir indicadores. Além de uma organização comprometida, é preciso mostrar para a direção que não é perda de tempo", avalia Rose Longo, professora da pós-graduação de gestão do conhecimento do Senac-SP. Além de lecionar, Rose possui a consultoria Transk (Transformar a partir do conhecimento), criada em 1997, onde executa trabalhos junto com o nível estratégico das companhias. Ela explica que, geralmente, é procurada pelos departamentos de RH, "em geral pela necessidade de desenvolver liderança", ou por presidentes de empresas. "Faço um diagnóstico para o cliente perceber como mobilizar o interesse pelo conhecimento."
Mas onde entra a TI nesse cenário? Estariam os CIOs perdendo oportunidade já que demandas surgem de outras áreas? A resposta é não. Pode até ser que alguns executivos não tenham se atentado para a possibilidade de propor projeto de gestão do conhecimento ou mesmo não consigam aplicar o conceito de forma completa, porém, a TI tem papel fundamental nesta transformação, como o próprio Peter Druker escreveu em 1998. A atividade do departamento pode ir desde a escolha e a implementação das ferramentas que suportarão a gestão do conhecimento até a elaboração de processos para fazer com que tudo funcione.
Para Boughzala, o ideal é que os CIOs trabalhem em conjunto com o RH, atendendo às necessidades da companhia. "Uma pergunta importante neste processo é: quais decisões você precisa tomar em 12 meses e não tem informações organizadas para decidir? Estamos falando de estratégia, visão, cultura organizacional, estrutura de TI e gestão de informação. Por isso, só acontece em multinacional, que tem capilaridade grande e quer gerenciar para melhorar capacidade de competir", provoca Santos, da FIA.
FONTE: Itweb