quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Frete alto faz 53% dos brasileiros desistirem da compra

O e-commerce já é um hábito global e o baixo preço é o maior atrativo para as compras online. É o que diz uma pesquisa realizada pela ORC International, a pedido da Pitney Bowes, com 10 mil pessoas sobre as preferências e hábitos de compras, em 10 países: Austrália, Brasil, Canadá, China, Estados Unidos, França, Alemanha, Japão, Coréia do Sul e Reino Unido. Em geral, 93% dos entrevistados compram produtos online, sendo que 49% realizaram compras no último mês. No Brasil, estes percentuais são de 91% de pessoas comprando na web e 45% realizaram alguma transação virtual nos últimos 30 dias.

As taxas dos consumidores na Alemanha, Coréia do Sul e Reino Unido foram as mais altas de compras de produtos online (98%), seguidas pelo Japão (96%) e no Canadá o percentual cai para 82%. O levantamento também mostra que os internautas querem quatro requisitos básicos nas compras virtuais. Em 71% dos casos, eles desejam preços competitivos, seguido por uma ampla seleção de produtos (42%), check-out fácil e intuitivo (35%) e baixos custos de transportes ou impostos (35%).

Para os brasileiros, os atrativos do e-commerce os baixos preços (59%), além da praticidade e agilidade no processo de pagamento (56%). As preferências dos usuários, no entanto, variam de país a país. Uma política de devolução clara e fácil de entender, por exemplo, é três vezes mais importante para os consumidores da China (36%) do que para os do Brasil e dos Estados Unidos (ambos 13%).

Outra questão abordada pelo estudo é os motivos que levam o internauta a abandonar o carrinho de compras online. Para 67% dos entrevistados (53% no Brasil), o alto custo de frete é a razão de desistência, depois aparecem as taxas e impostos adicionais no momento da entrega (47% geral, 48% Brasil) e o tempo de entrega, com 39% (45% Brasil). Os consumidores nos Estados Unidos (83%), Reino Unido (79%) e Japão (78%) são três vezes mais sensíveis aos preços de envio que os compradores na Coréia do Sul (25%).

O levantamento indica ainda os tipos de produtos que são mais propensos à compra pela internet, em comparação com as lojas físicas. As categorias com maior percentual na rede incluem livros, vídeos e música, com 58% no total e 63% no Brasil, hardware de computadores e software (41% geral, 59% brasileiros) e aparelhos eletrônicos, aos 38% dos entrevistados e 66% no país. A categoria de vestuário, por outro lado, é a menos popular dentre as opções, com apenas 11% dos brasileiros.

Os consumidores na China, entretanto, afirmam que são mais propensos a comprar vestuário (58%) e calçados (53%) pela internet do que em uma loja física. Somente hardware de computador e software (39%), além de jóias/relógios e acessórios (16%) não são grandes atrativos na internet para os chineses.

O estudo também mostra que o e-mail (72%) é o meio de comunicação preferido dos brasileiros para receber informações sobre novos produtos, promoções e outras ofertas. Já 16% preferem receber estas informações em catálogos ou malas diretas, 5% elegem as mídias sociais como a melhor opção e 1% escolhe a mensagem de texto pelo celular (SMS).
FONTE: Portal Exame

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Sucesso das operações depende de logística afinada

Longe de ser sinônimo apenas de transporte, os serviços de logística englobam desde estocagem, embalagem, distribuição, coleta e rastreamento de todo tipo de produto, de matéria-prima a eletrônicos de alta tecnologia. Há quem diga que o segmento é um dos principais responsáveis pela operação de e-commerce. Nas mãos de dezenas de pequenas e médias empresas tarefas consideradas simples, mas que fazem grande diferença quando se ganha escala como embalagem de produtos, armazenamento e até entrega. "Costumo dizer que este é um setor que trabalha em cadeia. É uma pequena empresa prestando serviço para outra, sem que o cliente imagine o caminho percorrido pelo produto comprado on-line até chegar à sua casa", diz Antonio Silvio Juliani, sócio da Flash Courier, empresa paulista com 18 anos de mercado.

Juliani observa que dificilmente uma empresa consegue realizar todas as etapas da logística sozinha. Com uma média de entregas de 50 mil volumes, entre 1 kg e 5 kg, por dia, a Flash Courier atende 250 municípios com uma frota de carros, caminhões e motocicletas.
"Meu maior parceiro para transferência de produtos entre Estados é a aviação civil", brinca. "Por avião faço a transferência de encomendas de um Estado para outro e no interior de São Paulo vai de ônibus até chegar às mãos de um de nossos funcionários locais, que faz a entrega na casa do cliente."

Hoje, 85% do e-commerce brasileiro é escoado via Correios, em razão da capilaridade e dos pacotes especiais para esse segmento. "Muito embora os serviços sejam bem avaliados pelas empresas, não há como negar que ainda tem muito o que melhorar", afirma Maurício Salvador, diretor da E-Commerce School, braço da Gouvêa de Souza. "Sem contar as greves, os prazos determinados para entregas são elásticos demais, entre 5 e 12 dias, e o consumidor quando compra pela internet quer agilidade". Por questões como essa, várias empresas de e-commerce desenvolveram softwares que ajudam a rastrear as encomendas nos Correios, uma forma de poder dar uma satisfação ao cliente caso o pedido não chegue na data marcada.

De acordo com os consultores, na hora de escolher o parceiro logístico seja para embalar, armazenar ou distribuir seus produtos, o empreendedor deve escolher prestadores de serviços estratégicos e de longo prazo, atentar para a localização dos galpões para a estrutura física, ambiente, capacidade de produção, qualificação da mão de obra, documentação legal e histórico de reclamações. "Se o produto chegar quebrado, amassado ou fora de prazo, o consumidor não quer saber o nome da empresa de logística, vai pedir satisfações a quem lhe vendeu", observa Salvador. "Daí a importância de fazer as escolhas certas, a fim de garantir a qualidade e a eficiência dos serviços."
Com cerca de 20 clientes em carteira, entre eles, TNG, Epson, a Escalena, com sede em São Paulo, é uma das poucas empresas especializadas em logística para e-commerce. Fundada em 1997, oferece serviço completo de armazenamento, atendimento e acompanhamento de pedidos, além de gerenciar detalhes importantes da operação de venda pela internet como controle de mercadorias e soluções de pagamento. "Nossa tecnologia nos permite saber desde classificação fiscal de cada produto armazenado, conferência de retirada certificando se o lote de mercadorias ou apenas um unidade para entrega está corretos ou não até a realização da análise de fraude e garantia de soluções de pagamento", afirma Paulo César Chacour, 49 anos, sócio da Escalena. "Atuamos tanto nas transações BtoB, quanto nas efetuadas para o consumidor final." Com uma média de 40% de crescimento ao ano, a Escalena espera faturar em 2011 cerca de R$ 10 milhões.
FONTE: Valor Econômico - SP