quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Natura adota novo modelo de produção e logística

A Natura, uma das maiores empresas nacionais do setor de cosméticos, apresentou, neste mês de dezembro, um novo modelo de produção e logística. A reformulação tem como principal finalidade a redução do impacto ambiental, além de dar suporte ao crescimento nacional e ao início de uma nova fase de internacionalização.
"Temos um apetite pelo crescimento. Estamos em um momento muito importante, orgulhosos do nosso avanço nos últimos três anos, sedimentamos a evolução que fizemos no nosso modelo de gestão", afirma João Paulo Ferreira, vice-presidente de operações e logística da Natura. "E é um desafio triplo, porque queremos crescer e ao mesmo tempo reduzir nosso impacto ambiental e fazer isso em conjunto com nossos fornecedores, numa escala sem precedentes. Com esta nova rede estruturada, conseguiremos diminuir a emissão relativa de CO2 em 25% em nossa cadeia de fornecimento e, ao mesmo tempo, elevaremos a qualidade de nossas entregas", ressalta.
Com base em princípios de ganhos econômicos, ambientais e sociais, a Natura vem selecionando fornecedores nacionais e internacionais para dar suporte à movimentação de suas cargas. Esta iniciativa facilitará a integração com os fornecedores, além da criação de uma rede de serviços que diminua a emissão de gases de efeito estufa e possa incrementar os impactos sociais positivos.
"Este é o primeiro exercício com este escopo e abrangência realizado na indústria. Sabemos que em alguns casos, os ativos terão que ser comprados de determinada comunidade, mas, em outros, conseguiremos ampliar a base de fornecedores, mesmo em outros países. Não é mais aceitável que as empresas exportem água, álcool, ar e embalagens, sendo que estes insumos podem ser conseguidos regionalmente. A Natura está dando seu primeiro passo", explica Ferreira.

Investimentos no Brasil

Em 2010, a Natura duplicou a capacidade de seu CD em Canoas (RS), inaugurou outro em Uberlândia (MG) e mais um em Castanhal (PA). Para 2011, a empresa deve inaugurar um centro de distribuição em Curitiba (PR) e um novo para São Paulo. Este CD, que está sendo desenvolvido pela marca e seus fornecedores, permitirá a admissão de pessoas portadoras de necessidades especiais, podendo chegar a mais de 30% da equipe de funcionários.
Além do hub atual, situado em Jundiaí (SP), a Natura passará a atuar com mais duas unidades: um no CD de Salvador e outro em Castanhal (PA), que ajudarão a reduzir o tempo de entrega de seus produtos para as consultoras.
"A recombinação dos estoques e modais nos permitirão redução do tempo de entrega e também do impacto ambiental. E o mais importante é que tudo está sendo cocriado com fornecedores, para chegarmos às mais modernas tecnologias de separação, armazenagem e transporte", detalha João Paulo.

De exportadora à fabricante

Em 2010, parte do portfólio da Natura passou a ser produzido pela Argentina. Já para 2011, por meio de parcerias com terceiros, a Colômbia e o México também fabricarão os produtos. Cerca de 7% do faturamento da empresa vem de operações internacionais. "Este volume ainda não justifica fabricação própria, mas já permite a operação por meio de terceiros", explica o executivo. "Além disso, do ponto de vista ambiental, é uma iniciativa mais sustentável". Esse plano permitirá uma redução relativa de cerca de 70% nas emissões de CO2 referentes ao transporte de abastecimento das operações internacionais, o que significa a redução de quase 2% da emissão total da empresa.
A Natura estima que em três anos, 50% do faturamento das operações internacionais na América Latina provenha de produtos fabricados fora do Brasil.
FONTE: Transporta Brasil

CONTRAN padroniza aplicação de faixas refletivas

De acordo com notícia publicada no Portal da NTC, a partir de agora, as faixas refletivas precisarão cobrir apenas 33,33% da extensão das bordas laterais de todo e qualquer veículo de carga com mais de 4.536 kg de peso bruto total. É o que determina a Resolução CONTRAN no 366, de 24 de novembro de 2010. Até agora, os percentuais de cobertura eram de 50% para os veículos e implementos fabricados a partir de 30 de abril de 2001; e de 33,33% para os já estavam em circulação naquela data.
No caso dos siders, passa a ser permitida a aplicação das faixas tanto na borda inferior quanto no bandô existente na parte externa. Foi suprimida a exigência de faixas em contêineres. Os pára-choques já dotados de faixas oblíquas exigidas pela Resolução CONTRAN nº 152/03 ficam dispensados de aplicar as faixas refletivas.
As alterações foram estabelecidas atendendo a pedido do Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Paraná, relatado pela NTC&Logística na Câmara Temática de Assuntos Veiculares.
O DENATRAN deverá baixar também Portaria criando tolerância de 10 cm na vertical, para cima ou para baixo, em relação à posição das faixas em tanques. Hoje, a norma exige que se localizem exatamente no alinhamento central.
Confira aqui íntegra da Resolução Nº 366 de 24 de novembro de 2010, que altera dispositivo do Anexo das Resoluções nºs 128/2001 e 132/2002, do Conselho Nacional de Trânsito CONTRAN, que tratam do uso obrigatório de película refletiva.
FONTE: NTC & Logística

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Santos Brasil desenvolve ferramenta de gestão fiscal nas operações logísticas

A operadora logística Santos Brasil desenvolveu um novo software para gestão e conciliação fiscal, integrada aos sistemas de gestão empresarial (ERP), de armazém (WMS) e de transporte (TMS). O objetivo é facilitar as operações logísticas, atendendo às regras de tributação nas atividades de armazenagem e transporte em todo o território nacional.
A necessidade de um processo mais ágil surgiu do crescimento da empresa no último ano. Em 2010, o Centro de Distribuição da Santos Brasil em São Bernardo deve atingir 75 mil transações (notas fiscais, CTRC's, entre outras).Em 2011, a previsão é de que haja um aumento de 210 mil transações, em decorrência dos contratos firmados com a Mercedes-Benz e +Próxima, e das novas operações do Centro de Distribuição do Jaguaré, em São Paulo.
"Com o aumento das transações e diversificação das regras fiscais, específicas para cada região, optamos em desenvolver, em conjunto com nossa área fiscal, um software que atendesse nossa base de clientes como também a futura expansão nacional logística integrada às operações portuárias", afirma o gerente de TI (tecnologia da informação) da Santos Brasil, Monstserrat Rampani.
A empresa realiza a integração operacional com os seus três terminais de contêineres, em Santos (SP), Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA), e com o terminal de veículos em Santos (SP). Os serviços prestados permitem a gestão completa dos produtos do porto ao transporte e distribuição para o destino final. Essa verticalização possibilita maior eficiência nos processos, mas aumenta a complexidade fiscal que a operação envolve.
A coordenadora fiscal da Santos Brasil, Mara Mantovan, explica que a atividade logística da companhia tem características muito específicas. Alguns regimes especiais da empresa, como cross docking, estocagem aleatória e consolidação simbólica não eram atendidos pelos sistemas fiscais do mercado. "Por isto, optamos pelo desenho de uma nova ferramenta baseada nas nossas necessidades e na experiência que temos no setor", diz a coordenadora, que também detalhou que o trabalho foi uma parceria das equipes da área fiscal e de TI para desenvolver uma solução sob medida.
"O que antes demoraria muito mais para ser consolidado, hoje podemos fazer em apenas um dia. Isto porque o sistema integra todas as entradas e saídas fiscais e é possível enxergar as informações consolidadas", conclui.
As notícias são de Marília Brandão, do Portal Transporta Brasil
FONTE: Transporta Brasil

domingo, 12 de dezembro de 2010

Sazonalidade: a importância do gerenciamento estratégico

Um breve olhar ao redor em suas próximas compras o fará lembrar que a época de trocar presentes se aproxima. Vitrines enfeitadas, prateleiras bem abastecidas, músicas natalinas e mensagens de paz são alguns dos indicadores. Em algumas semanas, papais noéis se juntarão a vendedores em profusão e hordas de consumidores estarão atrás de quinquilharias, lembranças e alguns bons presentes para as festas de fim de ano.
O natal pós-crise traz otimismo ao comércio e ao varejo. O pagamento do décimo terceiro, aliado a maior oferta de crédito e aos juros baixos, alongaram ainda mais as prestações, deixando os brasileiros otimistas para as compras, conforme índice de confiança do consumidor. Algo como 140 bilhões estão previstos para entrar na economia até o final do ano, o que representa um aumento de 20% acima do mesmo período do ano anterior.
Apesar de tamanha excitação, vendas em determinados períodos do ano, algo intrínseco ao mês de dezembro. Uma má gestão neste quesito poderá significar desde a perda de clientes até o comprometimento do fluxo de caixa em razão dos giros de estoques. Vejamos algumas dicas que podem ser úteis.
Ajustar a capacidade de produção ou serviço conforme o aumento da demanda. Uma situação de demanda maior que a oferta resultará em perda de vendas, clientes e faturamento. Bons vendedores podem reverter à situação, oferecendo produtos similares ou negociando uma entrega futura, porém a possibilidade de que o consumidor vá procurá-lo em outro concorrente é bastante grande, devido à proximidade da data. O oposto fará com que sobrem mercadorias nas prateleiras e depósitos.
Estoques custam dinheiro e é bem provável que as duplicatas vençam antes mesmo que os produtos sejam vendidos, afetando o fluxo de caixa. Pressionada, a empresa irá desová-los através de promoções, corroendo as margens já comprometidas. Utilize análises históricas, tendências, pesquisas e principalmente sua experiência, ajustando as curvas de oferta e demanda.
Garantir um atendimento ágil e cordial, otimizando a utilização de matérias e recursos é fundamental. Inicie com uma análise dos pontos fortes e fracos de sua operação, considerando-os em uma situação de alta sazonal, na qual os materiais e recursos são utilizados ao extremo. Ataque os pontos fracos, listando as possíveis melhorias. Imagine que um item levantado seja o desconforto dos clientes em momentos de pico.
O problema talvez possa ser resolvido melhorando o sistema de ar-condicionado ou disponibilizando amenidades, tais como água e café, diminuindo o sofrimento da espera. Avalie também os processos e controles. Torne-os mais ágeis e menos burocráticos. Evite o excesso de papel, automatize as etapas possíveis e corte aquelas que não agreguem valor.
Integrar trabalhadores temporário a equipe e a cultura da empresa é parte essencial de uma boa gestão sazonal. A terceirização deverá começar com uma sessão de planejamento. Uma boa previsão da quantidade que será vendida, uma análise dos pontos fracos, propostas de melhorias e revisão dos processos, indicarão o número de pessoas extras necessárias. O cenário ideal seria uma atitude proativa, e uma rápida integração a equipe e as demandas da empresa. O segredo está na seleção, treinamento e perspectivas dentro da organização.
Quanto à seleção, pode-se optar pela utilização de uma empresa de terceirização de mão de obra, agilizando o processo. Neste caso, contratante e contratado devem estar bem alinhados, sendo que o primeiro deverá conhecer o perfil e a cultura do segundo. Um bom treinamento é também peça chave neste processo. Técnicas de vendas e produtos são itens essenciais, porém considere uma sessão sobre a estória e a cultura da empresa. Defina também as responsabilidades do terceirizado sobre os processos, treinando-os nesta situação. É inadmissível, funcionário sendo treinado em funções críticas, em períodos de alta sazonalidade.
O faturamento extra, gerado nos períodos de alta demanda deverá ser provisionado para o pagamento das despesas e investimentos nos meses de menor movimento: novos produtos, treinamentos, marketing, sistemas.
Uma saída para esta armadilha está na diversificação do portfólio de produtos ou clientes. Itens menos sazonais podem ser desenvolvidos, aproveitando-se a ociosidade das máquinas, o conhecimento dos canais de vendas e a força da marca. É clássico o caso da marca Bauducco, cujo portfólio vai muito além do célebre panettone. Quanto à segunda estratégia, os hotéis a utilizam com frequência, adaptando suas instalações para o mercado corporativo, melhor idade e estudantes, aproveitando o período de baixa temporada.
Se diferenciar, apostando em produtos e serviços exclusivos. Essa é uma excelente estratégia para promover o crescimento dos lucros. É necessário, porém, que a nova oferta não altere em demasia a estrutura de custos do produto, o que poderá comprometer as margens de lucro da operação. Outro ponto importante é fazer uma pesquisa prévia, verificando as ofertas da concorrência, o desejo dos consumidores e a sensibilidade a preços dos seus clientes.
Por último, mas não menos importante a logística e entrega. Esta é uma etapa crucial, tanto para quem vende quanto para quem compra. Além do aumento natural no fluxo das operações, há o trânsito caótico nas proximidades do Natal, além das restrições das prefeituras nas grandes cidades como São Paulo. As estratégias mais uma vez deverão ser levantadas na sessão de planejamento. Apesar de invisíveis aos consumidores, a disponibilidade ou entrega dos produtos está intimamente ligada às áreas de estoque e logística.
Em suma, este promete ser um dos maiores natais dos últimos anos, para o comércio, principalmente àqueles que souberem trabalhar a questão da sazonalidade. Vale salientar que o crescimento do faturamento única e exclusivamente não é o único indicador de empresas saudáveis e lucrativas. Clientes perdidos por falta de produtos ou estoques altos podem comprometer sua sobrevivência no médio e longo prazo. Olho vivo e boas vendas.
Marcos Morita - mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais, é colunista, palestrante e consultor de negócios. Há mais de quinze anos atua como executivo em empresas multinacionais.
professor@marcosmorita.com.br
FONTE: O autor