sexta-feira, 14 de maio de 2010

ALL prevê crescimento real nos preços de frete

Após ter em 2009 um período de pressão sobre margens, o início de 2010 trouxe perspectivas positivas para a empresa de logística ALL, que aguarda uma recuperação nos preços de frete até dezembro.
Os preços estão voltando à normalidade e devem mostrar ganhos reais (ou seja, descontada a inflação) neste ano, segundo Rodrigo Campos, diretor de relações com investidores da empresa, que prefere não traçar em números a tendência de retomada nos valores de frete. "É difícil fazer essa previsão porque o preço sempre oscila muito", explica.
No primeiro trimestre, a recomposição de preços ajudou a puxar bons resultados da companhia no campo operacional, junto com o avanço de 6,3% nos volumes transportados no Brasil.
Durante os três primeiros meses do ano, seu yield - indicador das tarifas de frete por tonelada transportada - mostrou incremento de 8,8% no país, após marcar retração de 4,3% no ano passado.
Com o alívio nas margens, a ALL teve crescimento de 19% no resultado operacional medido pelo Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), que ficou positivo em R$ 296,5 milhões, em valores consolidados de janeiro a março.
Na comparação do primeiro trimestre deste ano com o mesmo período de 2009, a margem Ebitda avançou de 44,9% para 47,4%, abrindo espaço para a empresa fechar os três primeiros meses de 2010 com lucro líquido de R$ 17,5 milhões. No mesmo período de 2009, a ALL teve prejuízo de R$ 22,6 milhões.
Segundo Campos, a retomada nas atividades da indústria e do agronegócio explica a melhoria. Enquanto os volumes de clientes industriais subiram 11,1%, o transporte de commodities agrícolas subiu 4,2% no trimestre.
Campos conta que, diferentemente do que ocorreu no quarto trimestre, as chuvas do início deste ano não tiveram impacto significativo nas operações da malha da empresa.
Em entrevista ao Valor, o executivo disse também que o plano da empresa de transportar cargas de varejo ainda está em fase de projeto e faz parte das estratégias de longo prazo.
Segundo ele, esse projeto passa pelo desenvolvimento de terminais para concentração de contêineres, a exemplo do que ocorre nos Estados Unidos, onde linhas férreas são utilizadas para embarque de produtos por varejistas como a Amazon.
Conforme o diretor, a economia de custos com o transporte por ferrovias é da ordem de 20% em relação ao transporte rodoviário por caminhões.
Safra grande e frete em alta favorecem resultado da ALL
Logística: Maior empresa do setor ferroviário do país melhora margens no ano e reverte perda de R$ 22,6 milhões que havia registrado no início de 2009.
A América Latina Logística (ALL), maior companhia ferroviária do Brasil, reverteu o prejuízo de R$ 22,6 milhões registrado no primeiro trimestre do ano passado e obteve lucro líquido de R$ 17,5 milhões nos primeiros três meses de 2010. O resultado foi favorecido pela recuperação de preços de frete e pela redução de 14,1% nas despesas financeiras líquidas, que baixaram de R$ 217,9 milhões para R$ 187,1 milhões no período.
De janeiro a março, a receita líquida da empresa cresceu 12,2%, para R$ 626 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) subiu 19% e foi de R$ 296,5 milhões.
Como em períodos anteriores, o mau desempenho da operação na Argentina prejudicou o resultado consolidado. No país vizinho, o prejuízo no trimestre somou R$ 7,3 milhões e houve redução de 14% no volume de mercadorias transportadas. No Brasil, o volume transportado pela ALL cresceu 6,3%.
O diretor de relações com investidores da ALL, Rodrigo Campos, diz que o cenário de 2010 é o oposto do enfrentado em 2009. "Temos a perspectiva de uma safra agrícola forte e de crescimento na indústria", afirmou.
Ao comentar o resultado do primeiro trimestre, o executivo explicou que os números ficaram dentro do que era esperado. Ele acrescentou que janeiro foi mais fraco que o mesmo mês do ano passado, quando havia estoque maior da safra de grãos para ser escoado para exportação, mas a nova safra começou a entrar em meados de fevereiro.
Sobre a recuperação de preços, a empresa informou que houve ganhos reais nos seus contratos do tipo "take-or-pay" (pegue ou pague) e que o frete no mercado "spot" (à vista) "atingiu seu pico" no primeiro trimestre, devido ao início da colheita e ao aumento na demanda por transporte. Já as despesas financeiras líquidas foram menores no período porque, no ano passado, a ALL captou R$ 1,3 bilhão com a emissão de debêntures conversíveis em ações, em condições mais favoráveis para a companhia.
A ALL encerrou o trimestre com dívida líquida de R$ 2,266 bilhões, 11,9% menor que a de um ano antes. De janeiro a março, os investimentos da empresa somaram R$ 220 milhões, de um total de R$ 1 bilhão previsto para 2010. Ela está construindo um trecho ferroviário entre Alto Araguaia e Rondonópolis, que deverá ser concluído em 2012. A administração da ALL informou que está desenvolvendo "novos projetos estratégicos com o objetivo de alavancar o crescimento da empresa no longo prazo", nos segmentos de contêineres, terminais e minério de ferro.
Sobre o plano de transportar cargas de varejo, Campos disse que ele ainda está em fase de projeto e faz parte das estratégias de longo prazo da empresa. Segundo ele, esse projeto passa pelo desenvolvimento de terminais para concentração de contêineres, a exemplo do que ocorre nos EUA, onde as linhas férreas são utilizadas para embarque de produtos por varejistas como a Amazon.
Ao avaliar o resultado da ALL, o analista Artur Delorme, da Ativa Corretora, apontou como ponto positivo a melhora da margem lajida da companhia, que ficou em 47,4% neste trimestre, ante 44,6% um ano antes.
Na visão do especialista, a perspectiva para a companhia é positiva, tendo em vista a forte produção de soja e milho nas regiões onde a ALL opera.
FONTE: O Globo Online

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