sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Montadoras: Lei ambiental provoca corrida por caminhões

O ano de 2012 começará em março para as montadoras de caminhões do país. E não é porque o Carnaval será no final de fevereiro, e sim pela desaceleração das vendas dos pesados no primeiro trimestre.
A expectativa é que essa queda no mercado não consiga se reverter no restante do ano e sejam comercializadas cerca de 150 mil unidades, o que representa uma retração de cerca de 20% em relação as vendas estimadas para este ano, que devem chegar ao patamar de 180 mil caminhões, com crescimento de 15%. Essa queda no mercado em 2012 ocorre justamente pelo movimento de antecipação de compra de caminhões que deverá ocorrer nos últimos meses deste ano.
A razão dessa corrida é a introdução da nova tecnologia nos motores para se adequar à nova legislação de emissões, o Euro V, que vai encarecer os veículos de 8% a 20%. "Mesmo com essa queda, ainda significa um mercado de 150 mil caminhões, que é um volume significativo se compararmos aos números de alguns anos atrás. Em 2009, por exemplo, chegamos ao patamar de 110 mil veículos. Mas esta desaceleração é consequência das compras antecipadas que já estamos observando em nossa rede", afirma o presidente da Mercedes-Benz para a América Latina, Juergen Ziegler.
Segundo ele, a montadora, que é a segunda no ranking de vendas de caminhões no Brasil, com 24, 39 mil unidades comercializadas de janeiro a julho deste ano, está reforçando sua produção para atender a alta demanda no final de 2011. A Mercedes anunciou o terceiro turno de trabalho na unidade de São Bernardo do Campo, no ABC Paulista e deverá fabricar este ano cerca de 75 mil veículos comerciais, entre caminhões e ônibus. "Estamos prontos para essa nova configuração do mercado", afirmou o executivo.
Outra montadora que reforçou a produção para se adequar a demanda no final do ano é a Man Latina America, a líder de mercado no país, com 29,64 mil caminhões vendidos. O presidente da empresa, Roberto Cortes, disse que a montadora passará a produzir 350 caminhões por dia, ante uma fabricação entre 275 a 300 unidades diárias.
"Estamos trabalhando em três turnos de produção para atender o mercado, pois estamos sentindo uma antecipação de compra de cerca de 10% a 15% de nossas vendas. E no início do ano que vem haverá uma redução, tanto comercialmente como na produção", disse Cortes. Segundo ele, para diminuir esse impacto no primeiro trimestre do ano que vem é necessário que se estruture um programa de incentivos para que a transição do Euro III para o Euro V seja mais tranquila.
"O ano de 2012 será um ano complexo. Se tivermos mecanismos para retardar as compras de caminhões seria interessante. Isso aconteceu em outros países que introduziram a tecnologia", afirmou. Uma das medidas, defendidas por Cortes, é o Finame Verde, que são taxas mais atrativas de financiamentos concedidas para aqueles que comprem caminhões Euro V. "Os juros seriam compatíveis com os que estão no programa Procaminhoneiro, cerca de 4,5% ao ano. Isso reduziria o impact5o do preço nos veículos e poderia postergar uma decisão de compra do cliente".
Hoje, as taxas do Finame gira em torno de 9% a 10% ao ano. Para o diretor da Ford Caminhões, Oswaldo Jardim, haverá um estoque maior dos caminhões Euro III no primeiro trimestre do ano que vem. Segundo ele, nos pátios e nas concessionárias deverão ter um estoque de 120 dias de vendas.
FONTE: Brasil Econômico - SP

Nenhum comentário:

Postar um comentário