segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

No Norte, logística pode virar um caos

Um investimento de R$ 14,1 bilhões. Este é o montante necessário para fazer com que a Amazônia Legal, área que abrange nove Estados (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), tenha um sistema logístico eficiente para atender o crescimento produtivo esperado para a região. Caso contrário, o futuro poderá ser um caos.
De acordo com um estudo inédito, encomendado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), este pedaço do Brasil precisa, primordialmente, de nove melhorias em transporte, chamadas de eixos de integração, que unam o melhor de cada modal.
"Mapeamos todas as condições logísticas destes Estados. Ao todo, analisamos as condições de 51 portos, 21 aeroportos, 18 rios, sete ferrovias e 14 estradas para conhecer as necessidades dos produtores locais na hora de escoar sua produção", explica Olivier Girard, da Macrologística - consultoria responsável pela pesquisa.
O executivo aponta que a situação atual é bastante preocupante. De acordo dados apresentados, atualmente, a soma de todos os custos logísticos para movimentar produtos nesta região atinge a cifra de R$ 17 bilhões por ano.
Em 2020, este valor será de aproximadamente 33,5 bilhões. Em contrapartida, caso a Amazônia Legal possua todas as condições necessárias para escoar e receber produtos, este valor seria reduzido em R$ 3,8 bilhões, anualmente.
"Hoje, em alguns pontos, o motorista tem que passar com o caminhão a 20 quilômetros por hora, devido às péssimas condições de estradas. Se nada for feito, em dez anos não será possível transitar em alguns trechos. Veremos filas de caminhões andando a apenas cinco quilômetros por hora. Isso fará com que sejam consumidos mais combustível, pneus e tempo. Isso, consequentemente, aumentará o preço do frete", prevê.

Melhorias

De acordo com o executivo, a princípio a análise verificou a necessidade de 151 obras. "Constatamos a necessidade de 112 eixos em território nacional e 39 eixos internacionais. Para realizar tudo isso, seriam necessários R$ 51,8 bilhões. O País não tem condições de investir esses recursos de uma só vez, por isso, priorizamos os projetos estruturantes com base em uma análise sistêmica dos fluxos de transporte", destaca.

Sendo assim, nove ações seriam essenciais para o bom desempenho logístico da região:

Melhorias na BR-364;
Ações de recuperação na Belém-Brasília;
Duplicação de EF Carajás;
Ampliação da Ferronorte até Lucas do Rio Verde (MT);
Melhorias na hidrovia do rio Madeira;
Construção das hidrovias Jurema-Tapajós, Paraguai/Paraná e do Tocantins;
Construção de novos eixos na BR-163.
"Temos que acordar para a urgência dos investimentos em infraestrutura. Somos um dos países mais competitivos do mundo em diversos produtos. No entanto, basta sair da fábrica ou da fazenda e já começamos a perder competitividade", argumenta Girard.
A próxima meta, segundo o executivo, é engajar o poder público e privado nestas ações e tirar o plano do papel. "Se começarmos agora, em quatro anos boa parte destas ações poderão estar implantadas. Entretanto, para tornar isso real é preciso boa vontade e recursos do governo e das empresas", conclui.
FONTE: Webtranspo

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