sábado, 3 de julho de 2010

Escassez de mão-de-obra e matéria-prima atrapalha setor de transportes

Mesmo com a projeção econômica favorável e o momento de aquecimento da economia, o setor transportador não tem somente a comemorar. A falta de condições na malha rodoviária frente ao crescente fluxo de veículos é um dos principais motivos que atrapalham a cadeia logística, como explica o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas de Bento Gonçalves, Ismael Zorzi. "Estamos observando com muita calma o planejamento sustentado dessa economia, os investimentos privados e públicos para que isso se torne comprovado e duradouro", afirma.
O Brasil cresceu, mas não se organizou para tal, por isso o setor passa por dificuldades que já começam no alto índice de congestionamentos nos grandes centros. "As nossas malhas rodoviárias não estão em condições de receber o fluxo de veículos na escala em que se encontra a realidade de hoje. E o setor público não consegue acompanhar os investimentos em infraestrutura com o volume de vendas de veículos no geral", conta. Segundo o presidente do SindiBento, as consequências são atrasos, acidentes e poluição.
Os fretes têm sido regulados conforme o mercado, empresas que têm organizado seus custos e fluxo de caixa operam dentro de valores corretos, mas a desigualdade existe, devido ao mercado informal e a sonegação, que ainda causam distorções. Zorzi concorda que o Governo vem adotando medidas para que este quadro melhore e a competitividade desleal seja erradicada.
A escassez de matéria-prima do setor de transportes sempre existiu e, segundo o dirigente, é um problema nunca resolvido, decorrente da instabilidade da economia, que não permite a manutenção de uma produção contínua. "Às vezes não conseguimos produtos à pronta entrega e eles podem demorar até meio ano para chegar."
A falta de profissionais especializados é outra realidade que o setor enfrenta. As empresas estão se modernizando, mas têm deixado de investir por não conseguir mão-de-obra, mesmo oferecendo cursos profissionalizantes. "O sindicato faz a sua parte, mas acabamos por esbarrar na mesma questão. Entidades especializadas são da mesma ideia, de que o mercado profissional está sustentado pelo assistencialismo, levando assim o povo, em sua maioria, ao comodismo e a morbidade convencional", lamenta.

Adeus à presidência

Neste mês Ismael Zorzi se despede da presidência do SindiBento, passando o cargo a Cleimar Sfredo. O SindiBento é o segundo maior da categoria no Estado, "modelo para muitos outros no país, o que só vem a engrandecer uma classe que constitui e fortalece a economia regional e da nação", finaliza Zorzi.
FONTE: Gazeta - ES

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