terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Trânsito é empecilho para desempenho de operador logístico

Altos índices de congestionamentos levam à inclusão do tempo gasto no trânsito no planejamento das operações
Tempo gasto no trânsito diminui lucro de operadores logísticos
Os altos índices de congestionamentos registrados em cidades como São Paulo, onde a média de engarrafamento é de 136 quilômetros em horário de pico, levam empresas do setor logístico a incluírem nos seus planos de operação o tempo gasto no trânsito.
Marcelo Alvarez, gerente executivo de logística da Brasilmaxi, que atua no setor, afirma que, em média, a companhia perde de três a quatro horas, por veículo, presa nos congestionamentos da capital paulista.
“Nosso faturamento está baseado no número de operações realizadas. Portanto, perdemos uma produtividade grande que reflete diretamente no resultado da empresa”, explica Alvarez ao afirmar que se o ‘trânsito’, que está entre os quesitos que influenciam o desempenho da operadora, fosse isolado, o faturamento da companhia, que cresceu 15% no ano passado - poderia ter sido 20% ou 30% maior.
Para a Cargolift, o trânsito também é um fator de preocupação. Embora apenas 20% frota da companhia atue em grandes cidades, os congestionamentos influenciam no desempenho da empresa.
“A velocidade média na rodovia é de aproximadamente 65 quilômetros por hora, em compensação - em cidades como São Paulo - a velocidade cai para nove quilômetros”, destaca Markenson Marques, presidente da companhia.

Medidas

Para tentar conter os impactos dos grandes congestionamentos nos resultados, as companhias têm investido em tecnologia para desviar dos engarrafamentos.
“Temos uma central de gerenciamento de risco e rastreamento. Há uma equipe 24 horas por dia acompanhando o trabalho e instruindo nossos motoristas, no sentido de buscar alternativas que não deixem de lado a segurança”, ressalta Alvarez.
Segundo ele, os equipamentos utilizados pela empresa possuem tecnologias por satélite, GSM e rádio. Para Alvarez é imprescindível este tipo de trabalho, pois é fundamental que se prime pela segurança da carga e do colaborador. “A falta de segurança restringe a adoção total de rotas alternativas. Pois há percursos onde você aumenta o grau de risco de roubo de cargas”.
Embora a Cargolifit também utilize recursos tecnológicos para obter as melhores rotas, a companhia optou por retirar suas operações de São Paulo.
“Levaremos diversas operações para o interior do estado. Abrimos filiais em Piracicaba e em Sorocaba. O próximo passo será inaugurar uma unidade em Campinas”, relata Marques.

Soluções

Ao lidar diariamente com os transtornos que um congestionamento ocasiona, as empresas de logística conseguem apontar soluções que poderiam ajudar a melhorar o trânsito das grandes cidades.
“Existem varias medidas. O replanejamento do rodízio de veículos e das áreas de estacionamento é uma delas. É necessário também que se melhore o transporte público”, destaca Alvarez. E complementa: “uma adesão maior de entregas noturnas seria muito interessante, porém teríamos que fazer uma revisão de toda a questão de segurança pública”.
Marques, aponta outras alternativas: “Deveria ser criado algum tipo de sobretaxa no frete para que os embarcadores não requisitem as operações apenas durante o dia. Isso poderia até baratear a atividade. Por exemplo, para uma transportadora que utiliza o caminhão por 12 horas durante o dia, e na madrugada mantém o veículo parado, a operação durante a madrugada otimizaria os resultados”, explica.
Fonte: www.webtranspo.com.br

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