sábado, 13 de fevereiro de 2010

O barato sai caro

Para os transportadores é fácil visualizar, em determinados casos, a pouca atenção dos tomadores de serviço na escolha por uma transportadora e a falta de cuidados na hora de optar por uma empresa. Mas é preciso alertar a sociedade sobre este descaso. Claro que a maioria das transportadoras age corretamente, mas é bom tomar alguns cuidados na hora de contratar, para evitar dores de cabeça e prejuízos.
Com o aumento pela procura dos serviços nos últimos anos, surgiram alguns aventureiros no mercado, como em qualquer outra atividade econômica. Esta minoria não segue os padrões mínimos exigidos pela legislação, comprometendo os serviços e até mesmo a imagem do setor.
Por isso, quando for preciso escolher uma empresa de transporte, é necessário verificar se ela possui frota própria de caminhões, se é adequada às necessidades do contratante, se realiza investimentos na renovação e manutenção constante desta frota, se realiza treinamento de motoristas, bem como se possui inteligência logística em serviços e os cuidados com o transporte do produto em questão. Além disso, para uma empresa de transporte poder operar, ela deve possuir o Registro Nacional do Transportador Rodoviário de Cargas (RNTRC), que é expedido pela ANTT (Agência Nacional do Transporte Terrestre). Ainda deve, obrigatoriamente, possuir Apólice de Seguro de Responsabilidade Civil (RCTRC) para garantir as cargas que lhes são confiadas. Este seguro é obrigatório por lei e toda transportadora deve pagá-lo mensalmente. Dependendo do tipo de produto a ser transportado, outras licenças serão necessárias como no caso dos produtos químicos e perigosos.
Outra documentação que deve ser verificada é se a transportadora emite o Conhecimento de Transporte Rodoviário (CTRC), que é o documento fiscal da transportadora e que serve inclusive para a cobrança pelos serviços.
As empresas são obrigadas a fornecer estas e qualquer outro tipo de informações que o consumidor achar condizente. Assim, como pode oferecer o número do CNPJ (Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica) para consulta junto ao Ministério da Fazenda.
Estas são questões primordiais para avaliar uma transportadora. É preciso lembrar que o transporte de carga também deve ser analisado, como qualquer outro serviço. Para não ter problemas futuros, realizar uma pesquisa não só quanto ao custo, mas também quanto aos cuidados com a carga, disponibilidade de frota, pontualidade, regularidade fiscal e follow-up das empresas garantem que não haja surpresas desagradáveis para o contratante.
Claro que tudo isto tem um custo e as melhores empresas possuem um valor dentro dos padrões do mercado. Se a transportadora que você procura trabalha muito abaixo do que é sugerido, cuidado: o barato pode sair caro.
Por: Fernando Klein Nunes - Presidente do Setcepar - Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas do Paraná

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