segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Logística Reversa – O Comprometimento da logística com a sustentabilidade ambiental

Mauro Roberto Schlüter


A preocupação da sociedade com o meio ambiente têm aumentado consideravelmente nos últimos tempos.
A preocupação da sociedade com o meio ambiente têm aumentado consideravelmente nos últimos tempos.
O surgimento de sinais flagrantes de degradação ambiental, evidenciados através das mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global, sensibilizou a todos. Governos, empresas famílias e pessoas iniciaram ações no sentido de preservar o meio ambiente, buscando a diminuição dos impactos provocados pelas atividades do homem. Atitudes como fechar a torneira enquanto se escova os dentes, que até então eram vistas como insignificantes sob o ponto de vista de resultados, hoje estão incorporadas no dia-a-dia das pessoas. Porém essas ações apenas remediam o status atual.
Atitudes mais expressivas têm surgido em empresas de vanguarda, muitas delas líderes em seu segmento de atuação. Utilização de papéis reciclados, separação de lixo por categorias de materiais e apoio a programas de preservação ambiental junto às ONG’s do setor entre outras, são atitudes relativamente comuns entre essas empresas. A existência de normas de padrões internacionais, entre eles a ISO 14.000, são passos mais efetivos no que diz respeito a preservação ambiental por parte das empresas.
Muitas delas utilizam indicadores de desempenho de preservação ambiental, como forma de sensibilização junto aos seus stakeholders (acionistas, governos, sociedade, colaboradores), e principalmente seus mercados consumidores.
Porém é necessário muito mais do que o estabelecimento de diferenciais competitivos frente aos stakeholders. Nota-se claramente a falta de algo que proporcione a convergência harmônica das ações de todos, para um só sentido de preservação do meio ambiente. A transformação de matérias primas em produtos de consumo final ao longo das empresas, também chamadas de cadeias produtivas, tem elevada significância no impacto ambiental.
Diante disso torna-se de suma importância o aprofundamento das ações de planejamento, elaboração e implementação de projetos relacionados a preservação ambiental que priorizem a manutenção da competitividade dessas empresas. Nesse contexto, surge a Logística Reversa como método de vanguarda para a gestão das operações de re-inserção de resíduos (sobras, efluentes, embalagens, avarias, veículos auto-propelidos ou não, etc.), no ambiente compreendido pelo fluxo do produto, especialmente nas empresas do setor industrial.
A logística reversa ainda é vista e praticada por muitos como retorno de embalagens, tratamento de devolução de produtos (que já atinge gastos na ordem US$ 35 bilhões de dólares anuais nos EUA), retorno para up-grade de produtos, entre outras formas. Mas a logística reversa não é apenas isso.
Os fundamentos básicos da logística reversa são claros: tudo aquilo que não será aproveitado no processo seguinte gerando utilidade (tanto ao cliente interno quanto consumidor final), deve ser re-inserido no mesmo processo, em outros processos do mesmo sistema, em redes logísticas de outros sistemas, ou no meio ambiente com impacto ZERO. Assumir esta premissa básica é fundamental para que a empresa e as cadeias nas quais está inserida, possam executar o seu planejamento estratégico de logística reversa.
O planejamento de logística reversa possui quatro estágios que são obrigatoriamente cumulativos, onde cada um funciona como pré-requisito para ascender ao próximo nível. A figura abaixo mostra como a logística reversa é construída na empresa e nas cadeias.
1a Fase – Reativa:
Nesta fase a empresa apenas trata os resíduos que gera, sem a preocupação de melhorias nos indicadores de custo e quantidade de resíduos. Via de regra, nessa etapa a empresa apenas cumpre a legislação vigente, nos casos em que deva ser aplicada. Esta é a primeira fase do projeto de logística reversa, onde a rede é mapeada e avaliada sob o ponto de vista de geração de resíduos e custos da rede reversa.

2a Fase – Pró-ativa:

Nesta fase cada processo gerador de resíduos é avaliado com o objetivo de redução daquilo que é gerado, melhorando e otimizando processos fornecedores. São realizadas análises de eventuais investimentos necessários nos processos, que serão confrontados com os benefícios que proporcionam.

3a Fase – Eco-eficiência:

A fase de eco-eficiência se caracteriza pela intensa aplicação de técnicas de re-engenharia de produto. Nesta fase, todos os componentes, incluindo matérias primas, partes, conjuntos e subconjuntos inerentes ao produto são avaliados com o objetivo de re-inserção total na própria empresa ou para serem re-processados pelos seus fornecedores. A finalidade desta fase é a fidelização dos consumidores ao produto, através da troca do produto usado por um novo, mediante um valor a ser estipulado.

4a Fase – Impacto-zero:

Esta é a fase final do projeto de Logística Reversa. Nesta fase a empresa busca o repasse das metodologias, que até então estavam restritas ao seu próprio ambiente operacional, para toda a sua cadeia de suprimentos (supply chain). Nesse contexto, cabe salientar que a empresa deve ter a sua cadeia de suprimentos devidamente organizada.
Cada fase da logística reversa mencionada acima, é acompanhada de métodos e técnicas semelhantes aos aplicados na logística empresarial.
A implementação da logística reversa é a principal forma de atuação na preservação do meio ambiente que as empresas e cadeias podem lançar mão, promovendo sinergia de ações.
Fonte: http://www.ibralog.org.br/print_artigo.php?cod=102

Um comentário:

  1. Bom dia! A Standard tem aplicado a logistica reversa, em especila no terminal de cubatão.

    grato
    eliasbk-@hotmail.com

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