sábado, 27 de fevereiro de 2010

Empresas buscam soluções logísticas para reduzir custos

Várias companhias começam a perceber que as instalações de softwares e de estruturas bem planejadas melhoram seus processos logísticos. E, por consequência, essas medidas reduzem os custos das empresas que adotam essa prática.
O diretor de marketing da TECSL Soluções Logísticas (fornecedora de sistemas especiais para execução logística), Hélcio Fernando Lenz, destaca que essas ações aumentam a qualidade do processo e a produtividade. Lenz cita o exemplo do Grupo Martins, do segmento distribuidor-atacadista, que implantou a solução WMS HighJump e, segundo ele, teve um ganho de produtividade de 18%. O sistema permite que a empresa gerencie e realize o acompanhamento de suas operações em centros de distribuição e armazéns. Lenz destaca que a ferramenta melhora o fluxo de informações, aliando agilidade a um maior detalhamento da iniciativa realizada.
O software é voltado para operações das Cadeias de Suprimento (SCE - Supply Chain Execution) e pode acompanhar desde o fornecimento, fabricação, distribuição, transporte até a entrega dos produtos. "O uso da tecnologia nas atividades logísticas cada vez deve ser mais adotado", prevê Lenz. Ele relata que a estimativa é de que ferramentas como o WMS (Warehouse Management System ou Sistema de Gerenciamento de Armazéns), em média, podem gerar ganhos de 10% a 35% nas operações.
O diretor de Projetos da CPL Soluções Logísticas, Nelson Ahmar, comenta que, normalmente, a instalação de uma solução logística é solicitada quando a área comercial de uma companhia nota dificuldades para atender a um pedido ou prazos. Outra situação é quando a empresa planeja a expansão de seus negócios em outras regiões.
Para satisfazer essas demandas, uma alternativa é empregar um sistema de simulação. Ahmar informa que esse mecanismo possibilita que as companhias avaliem várias hipóteses de operações entre fornecedores e clientes. Ações como essas podem, conforme Ahmar, diminuir em até 30% os custos com transportes e, em algumas ocasiões, reduzir até 15% de perdas de venda.
Outra escolha que pode ser feita é pela terceirização. "Sou fã dessa prática", diz o diretor de Projetos da CPL Soluções Logísticas. Ele argumenta que a contratação de uma empresa especializada para fazer a logística agrega experiência e flexibilidade ao serviço. "A empresa pode movimentar 2 mil toneladas em um período e depois 5 mil toneladas sem precisar investir em ativos", ressalta Ahmar. No entanto, o dirigente aponta que as pequenas companhias, que possuem uma demanda menor, têm dificuldades para terceirizar suas atividades.
Formação de profissionais será o desafio do setor Atualmente, existem poucos cursos especializados em logística realizados no País. Por isso, o diretor de logística da Mesquita Soluções Logísticas, Angelo Dias, prevê que o grande desafio que o segmento enfrentará nos próximos anos será a preparação de profissionais.
O diretor destaca que a partir de 1990, com a maior abertura da economia brasileira, o setor de logística começou a crescer no País. "As empresas começaram a investir na logística como um diferencial e não apenas no custo e na qualidade dos produtos", aponta Dias. Para o executivo, entre os fatores que podem ajudar a diminuir o custo logístico do Brasil estão: a redução da burocracia fiscal e projetos estruturantes como os do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Dias recorda que a projeção do governo para este ano é de um crescimento de 4% a 5% do PIB e, se isso se concretizar, o segmento de logística deve ter um incremento ainda maior.
Dias defende que as companhias precisam buscar um equilíbrio para não cair em armadilhas. "É preciso reduzir gastos com o processo, mas sem perder prazos estabelecidos", ensina o dirigente. Como uma parceria bem-sucedida da empresa, Dias cita o caso da Dow. A Mesquita realiza a importação de produtos químicos da companhia provenientes da América do Norte, o transporte no Brasil, o seu armazenamento e, após, sua distribuição. São cerca de 200 contêineres movimentados por mês, porém Dias não destaca a quantidade, mas o fato de o processo ser totalmente integrado como diferencial. "A parceria é algo complexo, não apenas um serviço de mudança", afirma o dirigente.
Atualmente, a Mesquita possui portos secos no porto de Santos (Santos e Guarujá), Centro de Distribuição, em São Bernardo do Campo (SP), frota própria para o transporte rodoviário de cargas, composta por 80 veículos, e mais de 250 veículos para o gerenciamento de transporte e distribuição. Até o final do ano será inaugurada uma nova unidade da Mesquita em Imbituba (SC).
A empresa desenvolve soluções customizadas que abrangem vários fluxos logísticos contidos no SCM (Supply Chain Management), oferecendo um gerenciamento de informações como componente estratégico para os clientes. A companhia executa projetos para os mais variados segmentos, como os da indústria química, farmacêutica, alimentícia, autopeças, eletroeletrônicos e bens de consumo.
Fonte: Jornal do comercio

Nenhum comentário:

Postar um comentário