quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Caminhoneiro espera até 36 horas para descarregar no porto de Santos

O presidente do Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos da Baixada Santista, os caminhoneiros de Santos (Sindicam), José Luiz Ribeiro Gonçalves, festeja o aumento de movimento (a contratação de caminhoneiros subiu 30% neste ano em relação a 2009). "Há muita crítica contra a situação, mas é preciso olhar também como algo positivo. O setor agrícola teve um avanço muito grande."
Feita essa ressalva, Gonçalves quantifica as dificuldades dos motoristas. O tempo normal de operação de um caminhão no porto deveria ser de 3 horas, mas chega a 36 horas ou mais. Outra medida da lentidão no porto é o tempo de espera dos caminhoneiros nos pátios reguladores de tráfego. Foram criados em Cubatão, para organizar a chegada deles ao porto e evitar o caos no trânsito de Santos.
Nesses grandes pátios, os caminhões sofrem uma triagem e esperam a hora certa de irem para os navios, em vez de ficarem parados por horas nas ruas ao redor do porto de Santos. Uma dessas áreas é o Ecopátio, administrado pela EcoRodovias, a mesma empresa que tem a concessão do sistema Anchieta-Imigrantes, estradas que ligam a cidade de São Paulo ao litoral.
Marcelino Rafart de Seras, presidente da EcoRodovias, diz que o normal é os caminhões ficarem de 3 a 4 horas no pátio. No último dia 20, os caminhões chegaram ao pico de 14 horas esperando -mais de três vezes o ideal.
Porto de Santos precisa de "Poupatempo" para enfrentar burocracia, diz Fiesp
Entidade sugere a redução da burocracia nas operações em Santos

Uol Economia

Se o porto de Santos tivesse um "Poupatempo" (sistema do governo de São Paulo que presta serviços para o cidadão num lugar só), a burocracia seria combatida e as operações ficariam 50% mais rápidas.
A avaliação é do diretor da Fiesp/Ciesp em Santos, Ronaldo de Souza Forte. "A burocracia diminui a rapidez das operações. Esperam-se até 6 horas por uma autorização da Alfândega. Um 'Poupatempo' do comércio exterior evitaria redundância de fiscalização."
Para ele, essa desburocratização não facilitaria a ocorrência de fraudes. "Ao contrário. A fraude ocorre por deficiência de comunicação entre as entidades. Alguns controles passariam de manuais para automáticos. Seria como uma malha fina do Imposto de Renda. Hoje a Receita Federal tem muito mais rapidez, sem interferência humana."
Marcelino Rafart de Seras, presidente da EcoRodovias, que administra o Ecopatio - uma área de triagem dos caminhões destinados ao porto de Santos- também sugere uma organização melhor do trabalho portuário, que integre as diferentes etapas de transporte de carga.
"Acho que falta um CCO (Centro de Controle Operacional) dos terminais, das vias de acesso aos terminais. Quanto mais transparência ao usuário, ao transportador, mais ele toma decisões certas. Pode haveria câmeras, contadores de tráfego, informação sobre os navios que estão chegando", diz Seras.
Mauro Salgado, diretor-administrativo da Santos Brasil, que administra o Tecon (Terminal de Contêineres) em Santos propõe uso de "programação e inteligência".
É assim que o Tecon consegue carregar e descarregar navios inteiros em poucas horas. "Usamos as janelas de atracação -todos os navios que atracam no Tecon obedecem a programação definida meses antes. Isso aumentou muito a eficiência", afirma Salgado.
Açúcar e contêineres são muito diferentes. O açúcar não opera com garoa, enquanto os contêineres aguentam tempestades. Mas Salgado diz que é possível melhorar o desempenho. "A solução é só vir navio programado."
FONTE: UOL

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