quinta-feira, 22 de abril de 2010

Aumento da frota nacional traz problemas novos aos seguros

Entre 2008 e 2009, a frota de veículos segurados aumentou de 11,3 milhões para 12,8 milhões. A sinistralidade também cresceu em 2009, período em que foram regulados 2,1 milhões de sinistros. Segundo o diretor da Bradesco Seguros, Fernando Cheade, esse crescimento gerou uma situação nova ao setor de seguros, que é a falta de capacidade das oficinas de reparação em atender a demanda crescente. "Serviços que eram executados em curto prazo, atualmente, demoram 30 dias, 60 dias ou mais. Esse é um ponto de gargalo que tende a aumentar", prevê.
Cheade foi um dos palestrantes do Seminário "Considerações sobre Sinistros Massificados", realizado pela Associação Paulista dos Técnicos (APTS), em 13 de abril, no auditório do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg-SP), sob a coordenação de José Roberto Macéa, diretor da Jopema Reguladora de Sinistros.
Outro problema gerado pelo aumento da frota de veículos, de acordo com o diretor da Bradesco são as conseqüências ambientais do descarte de veículos velhos. "Temos de pensar agora na correta destinação e reciclagem de veículos, porque no futuro teremos lixões de peças e resíduos a céu aberto", alerta.
O superintendente da Mapfre Seguros, Rogério Esteves Alves, que também participou do evento, disse que a explosão na venda de veículos entre o final de 2008 e o início de 2009, provocou um aumento vertiginoso na sinistralidade da carteira, com a maioria de casos de roubo e furto e de perda total dos veículos, entre os meses de janeiro a março de 2009.
Ocorre que, especificamente naquele período, a tabela Fipe, utilizada pelo setor como referência para o pagamento de indenizações de sinistros de automóveis, estava defasada em relação ao preço de mercado dos veículos. "Algumas concessionárias colocavam faixas, avisando que os preços de venda dos automóveis estavam abaixo da tabela Fipe", recorda-se.
Rogério Alves concluiu que a defasagem da tabela Fipe influenciou no crescimento do volume de fraudes, provocando um aumento de sinistralidade na carteira. "Naquela fase, o sinistro era lucrativo para os fraudadores", observou. Para ele, o mercado de seguros precisa refletir quanto ao seu preparo em enfrentar situações como esta. "Precisamos aperfeiçoar os métodos de combate à fraude", disse.
A advogada Angélica Carlini tocou em outro ponto importante, que são os conflitos na relação entre segurados e seguradoras por conta do seguro perfil em automóvel. Desde que foi implantado no país, na década de 90, o seguro perfil tem gerado conflitos entre segurado e seguradora.
Respostas inexatas sobre fatos que poderiam influenciar na aceitação da proposta ou a omissão de informações têm causado a negativa ao pagamento de sinistro, em muitos casos.
Para a advogada Angélica Carlini, seria importante esclarecer ao consumidor de seguros que o risco é mensurado de acordo com suas respostas. "O segurado não sabe, mas cada resposta sua representa um impacto no valor do prêmio", disse. A indicação de oficinas credenciadas é outra situação que, segundo ela, precisa ser mais bem esclarecida ao segurado.
Ela acredita que se o segurado fosse conscientizado sobre as vantagens de utilizar uma oficina credenciada, entre as quais a de ter a garantia da seguradora dos serviços prestados, então não teria do que reclamar. "Temos de eliminar o déficit de informação", disse.
FONTE: Midiaseg

Um comentário:

  1. Esse problema de lotação nas oficinas é real. E está acontecendo até com as concessionárias. Levei meu Pálio para uma manutenção e simplesmente levaram 20 dias para pegarem no carro. Lamentável.
    Haroldo - Guarulhos.

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