terça-feira, 30 de março de 2010

Prefeitura prevê novo gargalo com trecho sul

O governo paulista espera que a inauguração do trecho sul do Rodoanel retire 35% das viagens de caminhões que rodam na av. dos Bandeirantes e um quarto da marginal Pinheiros.
Os motoristas devem se sentir mais confortáveis sem tantos veículos pesados, mas não podem esperar uma economia tão significativa na viagem.
A Dersa (empresa do Estado responsável pela obra) diz que a velocidade média dos veículos nessas duas vias deverá aumentar em torno de 4% a 7%.
A prefeitura espera que, somada à ampliação da marginal Tietê, a abertura do Rodoanel traga algum resultado positivo em vias como Roberto Marinho, 23 de Maio, Marquês de São Vicente e Gastão Vidigal, principalmente de
manhã.
No entanto, alguns trajetos vão atrair mais carros em direção à nova alça e podem apresentar piora. Um gargalo já foi até mapeado: os trechos urbanos da Anchieta/Imigrantes.

Obra complementar

"Enquanto não tiver a nova Jacu-Pêssego, deve dar uma complicadinha", afirma Alexandre de Moraes, secretário dos Transportes da gestão Gilberto Kassab (DEM), em referência à obra prevista para terminar no final do ano e que vai facilitar a conexão do Rodoanel com a zona leste de São Paulo.
Até lá, diz ele, a tendência é que os veículos usem rotas que passam pelas áreas urbanas da Anchieta e da Imigrantes.
A prefeitura também pretende adotar uma nova restrição de locais e horários aos caminhões dentro da capital paulista, para garantir que eles usem a alça sul do Rodoanel e evitem a malha urbana. Mas, afirma Moraes, a definição só deve sair dentro de três a quatro meses -após uma análise mais aprofundada dos impactos da obra.

Aumento de tráfego

Francisco Mendes de Moraes Neto, diretor da concessionária do trecho oeste do Rodoanel (inaugurado em 2002 e que interliga rodovias como Anhanguera-Bandeirantes e Raposo Tavares-Castelo Branco), diz que a projeção é de um aumento de 20% do tráfego pela pista devido à conexão com a nova alça sul. Na prática, dá um incremento que supera a marca de 40 mil veículos diariamente.
Por isso, a empresa já começou a aumentar a quantidade de faixas de rolamento com cabines de pedágio perto da Régis -de 13 para 19-, para evitar que haja um estrangulamento.
A Dersa avalia que haverá uma redução de tempo de viagem ao litoral, mas que, por seus estudos, isso não representará um aumento significativo no total de viagens entre a Grande SP e a Baixada Santista.
A estatal do governo paulista cita uma redução de até 40% no tempo para passar pela região metropolitana em direção ao Porto de Santos.
"Vai melhorar muito, mesmo depois do pedágio. Mas, se não forem feitos terminais regulares de tráfego [áreas de estacionamento ligadas ao porto], pode haver congestionamento de caminhões na entrada de municípios do litoral", diz Flávio Benatti, da NTC (associação do transporte de carga).

Litoral espera boom com novo Rodoanel

Para quem circula pela avenida dos Bandeirantes e marginal Pinheiros, a abertura do trecho sul do Rodoanel, prevista para esta semana, deverá ser um "respiro" pela retirada de até um terço dos caminhões.
Mas, na maior parte do Estado, tanto no interior como na capital, a principal expectativa com a alça que liga a Régis Bittencourt ao sistema Anchieta-Imigrantes é a possibilidade de viajar às praias paulistas sem ter que passar pelos engarrafamentos urbanos de São Paulo.

Prefeituras do litoral esperam um novo boom de turistas.

O prefeito de Santos, João Paulo Tavares Papa (PMDB), espera uma invasão principalmente de pessoas do interior, como Campinas e Sorocaba -mesma avaliação das autoridades de Praia Grande. "Hoje eles voltam para casa um dia antes devido ao estrangulamento paulistano", afirma.
No Guarujá, a prefeitura teme que os caminhões aumentem e agravem um gargalo existente na entrada do município.
A Secretaria de Estado dos Transportes estima que os motoristas vão gastar uma hora entre as rodovias dos Bandeirantes e Anchieta, uma economia de 40 minutos em relação ao tempo por dentro da capital.
E a nova rota da viagem ao litoral vai ser estimulada pela Prefeitura de São Paulo, como revela Alexandre de Moraes, secretário dos Transportes da gestão Gilberto Kassab (DEM).
Com a abertura do trecho sul do Rodoanel, a prefeitura pretende fazer operações especiais nas vésperas de feriado, a partir do segundo semestre, para que os veículos que vão viajar evitem ao máximo as ruas do centro expandido da capital.
Para isso, Moraes planeja faixas reversíveis e mudanças de direção de vias, num só dia, para que os motoristas priorizem a rota pelo novo Rodoanel.
"Para quem vai ao litoral, a gente já direciona ao Rodoanel, para deixar a malha interna mais livre para quem fica na cidade", afirma Moraes, citando a possibilidade de implantar faixa reversível em grandes avenidas como a Bandeirantes.
A viagem ao litoral pelo trecho sul tende a aumentar as distâncias -já que, só entre a Régis e a Imigrantes, ele tem 40 km, contra menos de 30 km a partir do centro de São Paulo.
Mas a velocidade média dentro da capital se restringe a 15 km/h no rush -enquanto na rodovia há limite de 100 km/h.
O novo percurso para as praias paulistas tende a ser vantajoso para quem está em parte das zonas norte, oeste e sul e em áreas da Grande São Paulo como Cotia e Alphaville.
O governo José Serra (PSDB) corria nos últimos dias para tentar abrir a pista do Rodoanel na terça -data a ser confirmada. A tendência é que seja uma entrega parcial para que o trecho possa ser usado na Páscoa.
FONTE: Folha de São Paulo

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